Redução na projeção de crescimento da construção civil para 2025
Com juros altos e desaceleração do mercado, setor da construção revê expectativa de avanço e registra ritmo mais lento de geração de empregos
Foto: Divulgação – A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revisou de 2,3% para 1,3% a projeção de crescimento do setor em 2025. A mudança reflete o impacto prolongado dos juros elevados, que têm freado o desempenho das atividades e reduzido o ritmo de expansão da construção civil. O anúncio foi feito na segunda-feira (27) e reforça o cenário de cautela para o próximo ano.
Os dados mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) do setor recuou 0,6% no primeiro trimestre e 0,2% no segundo, em relação aos períodos anteriores. A produção de insumos típicos da construção manteve-se praticamente estável entre janeiro e agosto, enquanto o varejo de materiais teve leve alta de 0,7%. Apesar do enfraquecimento recente, o PIB da construção ainda cresceu 1,8% no primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado, e segue 23% acima do nível pré-pandemia.
Mesmo com a desaceleração, a construção civil continua sendo um importante gerador de empregos. Entre janeiro e agosto, o setor abriu 194,5 mil novas vagas formais, segundo o Novo Caged. O número representa uma queda de 9,3% em relação ao mesmo período de 2024, mas ainda mantém o total de trabalhadores com carteira assinada em 3,05 milhões — próximo ao recorde histórico alcançado em 2013.

A construção de edifícios foi a principal responsável pelas contratações, com 74,9 mil novas vagas. Jovens de 18 a 29 anos representam metade das admissões, e o salário médio inicial do setor, de R$2.462,70, é 7,3% superior à média nacional. Esses números indicam que, mesmo com menor crescimento, a construção civil segue contribuindo de forma relevante para o mercado de trabalho e a economia brasileira.
De acordo com o presidente da Habicamp, Francisco de Oliveira Lima Filho, o cenário exige equilíbrio e planejamento. “A revisão das projeções demonstra que o setor ainda sente os efeitos do crédito caro, mas continua resiliente e estratégico para a geração de empregos e o desenvolvimento urbano”, destacou.
