desenvolvimento

Hospital revitaliza área degradada do Botafogo

O projeto de um hospital de ponta, no terreno que pertencia à antiga Estação
Rodoviária de Campinas, promete revitalizar aquele trecho do Botafogo, que
nas últimas décadas acabou desvalorizado pela criminalidade, pelo desemprego
e pela falta de investimentos públicos e privados.
A Rede d’Or, um dos mais importantes grupos privados de saúde no País, prevê
para a gleba a construção de um centro hospitalar com 12 andares, que vai
receber recursos da ordem de R$ 300 milhões em dois anos.
Hoje, o grupo já tem em mãos um alvará de aprovação do projeto, concedido
pela Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, e espera
apenas o licenciamento ambiental para obter o alvará de execução. Superadas
as etapas, o terreno poderá receber as primeiras obras da fundação.
A reboque do projeto, brotam empreendimentos que anunciam a revitalização do
bairro. Um condomínio vertical de alto padrão, por exemplo, será instalado
na esquina das ruas Barão de Itapura e Barão de Parnaíba, no mesmo local
onde existiam galpões industriais centenários que, até o final da década
passada, eram ocupados por estacionamentos.
Por ali também já existe – na esquina da Avenida Andrade Neves com a Rua
Marquês de Três Rios – um centro médico de ponta, moderno, tomado por
consultórios e clínicas particulares. Empreendimento, por sinal, que brotou
do chão preservando, no térreo, a fachada de um casarão histórico. Detalhe:
aquele nem era um imóvel tombado.
De acordo com Daisy Ribeiro, da Coordenadoria Setorial do Patrimônio
Cultural de Campinas (CSPC/Condepacc), o proprietário do imóvel foi quem
tomou a decisão de manter as paredes e janelas centenárias. “Foi uma ação
voluntária”, disse a historiadora.
Os agentes públicos, no caso, apostam nos investimentos privados para
valorizar o trecho. Desde que a antiga rodoviária foi demolida – ainda em
2010 – o trecho enfrenta a lenta retração dos negócios, com hotéis fechando
e queda sensível do movimento em estabelecimentos comerciais.
A paisagem ainda é contaminada, em todas as quadras ao redor, pelos imóveis
centenários desfigurados, sem manutenção adequada e pela atividade econômica
informal. Há moradores de rua para todo lado. À noite, o trecho é perigoso
demais.

Incentivos
Para mudar o quadro, o poder público aposta todas as fichas no hospital. O
empreendimento da Rede d’Or, no caso, deve contar com incentivos fiscais e
linhas especiais de financiamento para alavancar as obras.
A Agência Paulista de Promoção de Investimento e Competitividade (Investe
São Paulo) já anunciou a liberação de créditos especiais para a compra de
equipamentos e artigos hospitalares.
A Prefeitura, por sua vez, acredita que a liberação do alvará de aprovação
do projeto deve antecipar a execução das obras.
Segundo informações prestadas à reportagem pela assessoria de comunicação da
Secretaria do Planejamento, a Rede d’Or já tem autonomia para a execução de
serviços que precedem as fundações. Como a limpeza do terreno, por exemplo,
que ainda é um drama para quem mora ou trabalha nas imediações. Há pessoas
que atiram lixo por cima do alambrado, e o entulho de amontoa no terreno.
(Correio Popular)

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