Varejo de materiais de construção perde vagas pelo 4º ano seguido
O varejo de materiais de construção da Região Metropolitana de São Paulo apresentou um saldo negativo de 274 vagas em 2017, resultado proveniente de 26.089 admissões e 26.363 desligamentos. É o quarto ano seguido que o mercado de trabalho com carteira assinada do setor fica no negativo. Com isso, o estoque na RMSP alcançou os 79.704 vínculos trabalhistas formais.
Observa-se que em 2010 atingiu-se o pico da geração de empregos, ocorrendo arrefecimento deste saldo positivo até 2013 e, a partir do ano seguinte, a movimentação da mão de obra mostrou mais desligamentos que admissões, ano após ano.
Dentre os municípios que compõem a Região Metropolitana de São Paulo, aquele com a maior redução do mercado de trabalho formal do varejo de materiais de construção em 2017 foi São Paulo (-254 vagas). Guarulhos (+65 vagas) e Taboão da Serra (+65 vagas) lideraram os resultados positivos.
Em dezembro não houve geração de emprego em nenhuma das três atividades do comércio de materiais de construção da RMSP. O grande responsável pelo saldo negativo foi o comércio de ferragens, madeira e materiais de construção (-420 vagas), seguido do comércio de Tintas varejista de vidros (-61 vagas).
Para o economista Jaime Vasconcellos, assessor do Sincomavi, o ano de 2016 terminou de forma melancólica em relação ao desempenho do mercado de trabalho do varejo de vidros, tintas, ferragens e materiais de construção da Região Metropolitana de São Paulo, após a maior perda anual de vagas. Apesar de 2017 ter encerrado ainda no negativo, o resultado pode ser visto ainda com certa esperança. Em sua opinião, é cada vez mais real a paralização do longo processo de retração do emprego nas atividades avaliadas. Foram mais de 9,3 mil postos de trabalho cortados. Todavia, há forte amenização das perdas de vagas ano passado, sem contar que o mês de dezembro, onde há conhecida sazonalidade negativa, ficou em 2017 com saldo negativo, mas representou a metade em relação ao mesmo mês de 2016.
Jaime afirma que a retração do consumo das famílias e a paralização de investimentos privados e públicos impactaram de forma negativa e extensa a receita das empresas do setor, que tiveram de se ajustar para sobreviver. “Isto é, reduzir custos, como a do quadro funcional. Aos poucos, com inflação mais baixa, juros mais baixos, queda do desemprego, maior confiança dos agentes e melhoria dos orçamentos públicos, a tendência voltará a ser de melhoria”, avalia. Tal realidade mais otimista, sendo auxiliada com crédito mais barato e direcionado, tende a fazer dos próximos anos momentos ainda difíceis, porém de retomada do tempo perdido, sejam das receitas, sejam dos empregos extintos. (Canal Executivo)