Venda de imóveis novos em São Paulo cresce 79% em maio
Em maio, foram vendidas 2.170 unidades residenciais novas na capital paulista. O volume é 79% superior ao total vendido em abril e mais que o dobro das vendas de maio de 2016, segundo dados do Secovi-SP, entidade do setor.
“A gente tinha um cenário bem mais promissor até o mês de maio, mas a crise política reascendeu a incerteza, por essa razão é preciso que o Congresso agora dê sinais de que vai ter uma continuidade do andamento das reformas e que a política econômica terá ambiente para seguir”, diz o presidente do Secovi-SP, Flavio Amary. “Se o cenário continuar complicado, pode ter uma reversão.”
O ambiente político respingou no índice de confiança do consumidor. O ICC havia subido dois pontos em maio e alcançado 84,2 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ainda não havia refletido o ambiente de instabilidade do Planalto. No mês seguinte, o índice recuou 1,9 ponto, na comparação com maio. A FGV acredita que a piora da confiança pode ser reflexo do aumento da incerteza.
Nos estandes da You,Inc, o consumidor pediu para segurar a compra. “A gente tinha fechado negócio, os compradores pediram para esperar no fim de semana logo após o estouro da crise. Alguns demoraram um mês para concluir a compra”, conta Eduardo Muszkat, diretor executivo da empresa.
Para compensar a crise, a perspectiva de que os juros básicos continuem caindo animou o consumidor a buscar financiamento, diz o diretor comercial da Setin, Evanilson Bastos. “Com a perspectiva de juros na casa dos 8,5% ao ano no fim de 2017, o mercado estava respondendo rapidamente. As vendas vinham em uma crescente.”
Lançamentos – O número de novas unidades lançadas em São Paulo também aumentou em maio. De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), a cidade ganhou 2.300 unidades residenciais no mês, volume 139,8% superior ao registrado em abril e 97,3% acima do resultado de maio de 2016.
Para Emilio Kallas, da Kallas Incorporações, se a demanda permanecer reprimida, haverá agravamento no déficit habitacional da cidade. “O lançamento, além de atender parte da necessidade de moradias, gera empregos e aumenta a arrecadação. Mas há gargalos que ainda precisam ser resolvidos, como os distratos e a calibragem da legislação urbanística.” (O Estado de São Paulo)