Custos da construção desaceleram em agosto, mas acumulado segue em alta
INCC-M sobe 0,70% no mês e atinge 7,49% no acumulado anual, pressionado por mão de obra e materiais, segundo a FGV
Foto: Agência Brasil – O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) registrou alta de 0,70% em agosto, uma leve desaceleração frente à taxa de 0,91% apurada em julho. Apesar da perda de ritmo no curto prazo, o acumulado em 12 meses atingiu 7,49%, resultado expressivo quando comparado aos 4,84% registrados no mesmo período de 2024. O indicador é calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) e acompanha a evolução dos custos do setor.
O grupo Materiais, Equipamentos e Serviços avançou 0,59% no mês, abaixo da variação de 0,86% registrada anteriormente. Na subdivisão de Materiais e Equipamentos, houve desaceleração de 0,84% em julho para 0,56% em agosto, movimento influenciado por recuos em três dos quatro subgrupos analisados. O destaque foi “materiais para instalação”, que caiu de 3,81% para 2,47%.
No segmento de Serviços, a taxa também mostrou desaceleração, passando de 1,06% para 0,82%. A queda foi puxada pelo item “aluguel de máquinas e equipamentos”, que reduziu sua variação de 0,79% em julho para apenas 0,04% em agosto. Esse comportamento indica uma pressão mais moderada no custo de execução de obras.
Já a mão de obra registrou alta de 0,85% no mês, abaixo do 0,99% observado no período anterior. Embora em menor intensidade, esse item segue sendo determinante na composição do índice, refletindo a dinâmica das negociações trabalhistas e a demanda do setor.

Regionalmente, a pesquisa mostrou comportamentos distintos: Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo apresentaram desaceleração em agosto, enquanto Porto Alegre foi a única capital a registrar aceleração nos custos de construção. Esse cenário revela diferenças locais que impactam diretamente as condições de mercado.
Para o presidente da Habicamp, Francisco de Oliveira Lima Filho, os números reforçam a necessidade de atenção do setor. “Mesmo com sinais de desaceleração pontual, o acumulado em 12 meses mostra que os custos da construção seguem em patamar elevado, o que exige planejamento das empresas e cautela em novos investimentos”, destacou.