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Preço médio real do metro quadrado encolhe 2,59% no primeiro semestre

Apesar das melhoras no ambiente econômico, a construção civil espera as
eleições gerais para retomar vendas e recuperar preços dos imóveis. Segundo
o Índice FipeZap, que monitora o valor do m² em 20 cidades, de janeiro a
junho, houve uma queda real de 2,59% nos preços cobrados.

Para calcular o valor real, o indicador contabilizou uma inflação
(IPCA/IBGE) acumulada de 2,49% em 2018.

“Esperávamos um ano de estabilidade para 2018, mas a consolidação dessa
expectativa não se deu ainda por conta das incertezas políticas e
econômicas”, comenta a sócia fundadora da Paula Farias Advocacia, Paula
Farias.

De acordo com ela, alguns fatores macroeconômicos, como a variação da taxa
de juros e a melhora nos indicadores de emprego, têm trazido um ambiente
melhor para o segmento, mas assim como outros setores da economia, a
construção terá que revisar suas projeções de crescimento. “O aquecimento
esperado pelo mercado não deve ficar para este ano”, analisa.

Na opinião da especialista, as revisões econômicas e a falta de
previsibilidade das eleições têm provocado uma perda de confiança nos
consumidores para a realização de financiamentos de longo prazo. “Há um
aumento de incertezas tanto para famílias, quanto para investidores externos
interessados no segmento”, comenta.

Reflexo disso foi visto no Índice de Confiança da Construção (ICST), da
Fundação Getulio Vargas (FGV), que recuou 3,1 pontos, entre maio e junho,
para 79,3 pontos, o menor nível desde novembro de 2017 (78,6 pontos).

Para o segundo semestre, no entanto, a advogada destaca que a projeção é de
um desempenho um pouco melhor. “Acredito que veremos um cenário de
estabilidade no acumulado dos próximos seis meses. Mesmo assim, ainda é
possível que no acumulado do ano a variação real fique negativa, por conta
do resultado do primeiro semestre”, comenta.

Para a especialista, é possível que, passada a corrida presidencial, o
cenário melhore, independente do candidato que vença o pleito. “Mas isso
depende do andamento de questões políticas como o projeto de lei que
regulamenta os distratos, que depende do Senado. Caso esses textos não sejam
aprovados este ano, aí o candidato poderá influenciar.”

Resultados

De acordo com o Índice FipeZap, a variação nominal no acumulado do primeiro
semestre foi de 0,16%, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
“Está negativo, mas a variação está menor do que já vimos no auge da crise
econômica. Isso já mostra uma melhora do mercado”, afirmou Paula ao DCI.

No total, nove das 20 cidades brasileiras pesquisadas registraram queda
nominal no preço de venda residencial, na mesma base de comparação.

No desempenho por região, as maiores variações positivas, sem incluir a
inflação, foram para São Caetano do Sul (2,52%), Vila Velha (1,5%), São
Paulo (1,16%) e Florianópolis (1,02%). Já as variações negativas ficaram
entre Rio de Janeiro (-2,02%), Niterói (-1,58%) e Distrito Federal (-1,20%).
(Veja mais no infográfico).

Para a advogada, a expectativa é que as capitais que têm apresentado
resultados mais próximos à estabilidade, como Florianópolis e São Paulo,
tendem a ter uma retomada “um pouco” mais rápida que nos outros locais do
País.

No acumulado dos últimos 12 meses terminados em junho, o indicador recuou
0,47% nos valores nominais. Nesse período, 10 das 20 pesquisas apresentaram
queda no preço de venda, entre elas, Rio de Janeiro (-4,65%), Distrito
Federal (-2,93%) e Niterói (-2,61%). Em termos reais, o indicador calcula
uma queda real média – entre as 20 cidades – de 4,55% no período. O IPCA
acumulado foi de 4,28% no período.

Segundo o Índice FipeZap, o preço médio do metro quadrado (m²) em junho de
2018 foi de R$ 7.543. O Rio de Janeiro se manteve como a cidade com o m²
mais caro, de R$ 9.556, seguida por São Paulo (R$ 8.774) e Distrito Federal
(R$ 7.754).

Já as cidades com valor médio de venda com menor valor estão Contagem, com
R$ 3.498 por m², Goiânia (R$ 4.134) e Vila Velha (R$ 4.708). (DCI)

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