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Campinas firma compromisso com natureza do planeta

Campinas está entre as 45 cidades do mundo que se comprometeram a conservar e restaurar suas florestas e desenvolver ações de combate ao desmatamento e de conscientização aos moradores sobre a importância da área verde do município. Uma carta-compromisso assinada pelo prefeito Jonas Donizette (PSB) foi apresentada ontem durante a Cúpula Mundial de Ação Climática, em São Francisco, na Califórnia (EUA), colocando a cidade no mesmo pacto firmado por Nova York, Cidade do México, Toronto, Joanesburgo, entre outras municípios.
Segundo Cesar Capacle, assessor da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, o compromisso mundial estabelecido por Campinas vai ao encontro das ações que já têm sido desempenhadas no município nos últimos anos. “Esse comprometimento permitirá que Campinas troque experiências e também se espelhe em boas ações que ocorrem ao redor do mundo. E também vem de encontro com os projetos que temos feito na cidade. Desde 2013 atingimos a marca de 1 milhão de mudas plantadas, além de termos iniciado em 2016 o Plano Municipal do Verde, com programas de proteção e recuperação das áreas verdes conforme o que foi acordado na Cúpula Mundial”, detalhou Capacle.
Ele acredito que Campinas esteja até adiantada nesse “processo de valorizar nossas florestas em relação a muitas cidades que firmaram o acordo global”, acrescentou. Neste ano, a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente assinou contrato com uma empresa para realizar estudos técnicos antes de implementar um projeto de recuperação e revitalização de 43 dos 49 parques lineares da cidade.
Em geral, são trechos que acompanham os cursos d’água da cidade, como rios e ribeirões, que têm uma mata ciliar para protegê-los e podem ganhar função social com a criação de serviços para a população como ciclovias ou pistas para caminhada. Uma praça em frente ao Vitória Hotel, na Avenida Norte-Sul, é um dos exemplos disso. A intenção é que o projeto se espalhe por toda a cidade. Dados da Fundação SOS Mata Atlântica apontam que Campinas tem mais de 2 mil hectares de mata atlântica, uma área que equivale a 113 campos de futebol.
Três níveis
Gerenciada pelo World Resources Institute, a iniciativa Cities4Forests funcionará em três níveis: florestas internas, próximas e distantes. Árvores dentro das cidades – as chamadas florestas internas, que ficam em parques, avenidas e pátios – ajudam a filtrar o ar, moderar a temperaturas e reduzir as contas de energia. As árvores próximas são as que ficam nas bacias hidrográficas ao redor das cidades e protegem contra inundações e deslizamentos de terra. Já as árvores em florestas distantes sequestram carbono, ajudando a combater a mudança climática, além de gerar chuva para os cinturões agrícolas do mundo.
Belo Horizonte, Salvador e São Paulo são os outros municípios brasileiros que se comprometeram a participar de um dos três níveis de trabalho pré-estabelecidos até 2020, dois até 2022 e todos os três até 2025. “A maioria das pessoas desconhece que as cidades têm impactos invisíveis em florestas distantes de onde vivem. As commodities que consumimos, como madeira, papel, óleo de palma, carne bovina e soja, podem ser responsáveis pela destruição de florestas. E os benefícios que as florestas proporcionam às cidades também são subvalorizados” , explica Frances Seymour, membro sênior do World Resources Institute.
“Quanto mais aprendemos sobre como as árvores interagem com a atmosfera, mais percebemos como as florestas influenciam o clima em escala local e global. As florestas são uma importante fonte de resiliência climática e estabilidade para as pessoas, não importa onde vivamos”, completa.
Assistência técnica
As cidades que integram o programa podem se beneficiar de assistência técnica para medir a cobertura florestal e priorizar onde plantar árvores para o máximo benefício. As cidades também passam a contar com uma capacidade incrementada para solicitar financiamento para o plantio de árvores e assistência garantindo créditos de carbono legítimos que mantêm as florestas tropicais em pé. Em contrapartida, os municípios se comprometem a reduzir o desmatamento, restaurar florestas e ajudar a gerenciar florestas dentro e fora dos limites da cidade.(Correio Popular)

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