Plataforma liga pequenos proprietários de imóveis no centro de Campinas a famílias na informalidade
Ainda persistente, a crise na construção civil tem feito com que gigantes do
setor se lancem à habitação popular. Uma ou outra construtora tem perseguido
terrenos estreitos na região central de São Paulo para viabilizar moradias
populares. Entretanto, uma forma alternativa de morar bem e pagar pouco
nessas localidades tem se destacado: o aluguel popular.
“Nós brasileiros ainda temos muito arraigada a ideia de que um imóvel
próprio é uma necessidade essencial, o que não é considerado um costume na
Europa, por exemplo. Muitas vezes vale mais a pena morar de aluguel e ter a
liberdade de poder se mudar para um local na região central da cidade, perto
de um novo trabalho, do que pagar um imóvel próprio, muitas vezes até o fim
da vida”, explica Lilian Veltman, diretora executiva do Alpop, aplicativo de
locação de imóveis direcionado para o público de baixa renda.
A startup, sediada em Campinas, tem ajudado famílias que recebem entre um a
seis salários mínimos a encontrar uma casa para morar e se inserir no
mercado formal imobiliário. Por meio de uma plataforma digital, que dispensa
aluguéis adiantados, fiança ou seguro dos locatários, essas pessoas podem
alugar um imóvel. Além disso, em suas análises não são considerados dados do
Serasa ou do SPC. O aplicativo tem um fundo garantidor próprio que se
responsabiliza pelo pagamento para o proprietário, mesmo não sendo fiador
nem seguradora.
“Uma das propostas do Alpop é fazer com que a população que mais precisa
seja trazida para áreas onde já exista infraestrutura instalada. É promover
a ligação entre quem necessita alugar um imóvel com o pequeno proprietário,
que muitas vezes trabalha com contratos informais. O objetivo é criar
cidades onde as pessoas tenham efetivamente as mesmas oportunidades”,
completa Lilian.