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Venda de imóvel segue fraca e estoque pode voltar a crescer no médio prazo

Ainda bastante pressionado pelas condições macro econômicas, o preço do imóvel novo no País apresentou retração pelo quinto mês seguido. O cenário, se mantido, poderá elevar os estoques das construtoras que voltaram a lançar empreendimentos este ano.

De acordo com números do Índice FipeZap – que acompanha o preço de venda de imóveis residenciais em 20 cidades brasileiras – houve queda de 0,15% entre junho e julho deste ano. Com o resultado nominal, a queda acumulada este ano soma 0,38% e 2,45% em doze meses, dizia o relatório.

“O mercado continua inibido. A queda na taxa básica de juros ainda não surtiu efeito no dia a dia do brasileiro, e as incertezas políticas se sobrepõem ao plano de comprar uma casa própria”, disse o conselheiro do Creci-RJ e proprietário da Imobiliária Montilha, Sérgio Montilha Filho.

De acordo com o empresário, que tem duas unidades na capital fluminense, o mercado ainda não deu sinais reais de retomada, mas as construtoras já estão adiantadas no plano de voltar a lançar. “A previsão das construtoras não está alinhada com o apetite do brasileiro de comprar imóveis.”

De opinião similar partilha o diretor de novos negócios da construtora Ser Jardim, Marcelo Fontanele. Depois de passar quase dois anos sem lançar, a empresa estava programando três novos empreendimentos este ano, previsão que foi adiada. “Vamos lançar um conjunto na região de Vila Prudente, na Zona Sul de São Paulo e esperar para ver como será absorção das unidades, diante disso vamos resolver sobre os próximo empreendimentos.”

A decisão de adiar o lançamento, na visão de Montilha Filho, do Creci-RJ, também foi varificada no Rio de Janeiro, fator que poderá aumentar os estoques das construtoras pela região. “Ficamos basicamente dois anos vendendo unidades em estoque. Agora que ele começou a baixar, havia a perspectiva de que os preços aumentariam a cima da inflação, o que ainda não aconteceu.”

Rio de Janeiro em baixa

Entre os piores colocados no indicador da FipeZap, a cidade do Rio de Janeiro já acumula queda de 2,59% nos preços dos imóveis novos nos últimos doze meses. O resultado também é pressionado pelos problemas de segurança e finanças públicas do município, que se somam às incertezas políticas e inibem a compra.

A queda, no entanto, não foi o bastante para tirar a capital fluminense do topo da lista quando o assunto é preço por metro quadrado. Com um valor médio de R$ 10 mil, o m² da cidade ainda é o mais caro do Brasil. “Essa mudança forte no mercado imobiliário do Rio pode mudar esse indicador no futuro. Já passada a Copa e a Olimpíada, e com a frustração do pré-sal, a cidade maravilhosa perdeu um pouco do encanto”, comenta Montilha Filho.

A segunda cidade com a maior queda nos preços em um ano também está no Rio de Janeiro. Em julho deste ano, na comparação interanual, a queda em Niterói foi de 2,45%. “Enfrentamos no estado um alto índice de distratos, em função do atraso de pagamento do funcionalismo público e desemprego”, lamenta o presidente da Imobiliária Montilha.

Ainda que sem uma pressão tão grande quanto a vista no Rio de Janeiro, outras cidades pesquisadas apresentaram ocilação em um ano até julho, segundo o índice FipeZap. Além do Rio e Niterói, o Distrito Federal também apresentou forte recuo (-2,32%). Por outro lado, entre as cidades que registram alta no preço médio de venda, apenas em Belo Horizonte (+5,95%) e Florianópolis (+3,31%) tiveram variações superam a inflação acumulada no período (+2,62%). Hoje, as cidades com menor valor médio por m² são Contagem (R$ 3.529), Goiânia (R$ 4.118) e Vila Velha (R$ 4.651). (DCI)

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