Mercado imobiliário de SP reaquece no 1º semestre
A Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, apurou em junho a comercialização de 1.853 unidades residenciais novas. O volume é 14,6% inferior ao total vendido em maio (2.170 unidades) e 11,6% abaixo do resultado de junho de 2016, quando foram comercializadas 2.097 unidades. No primeiro semestre deste ano, foram comercializadas 7.888 unidades, representando aumento de 9,6% em relação ao mesmo período de 2016, quando as vendas totalizaram 7.194 unidades.
De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), foram lançadas na cidade de São Paulo em junho 1.502 unidades novas residenciais, volume 34,7% inferior ao resultado de maio (2.300 unidades) e 31,0% abaixo dos lançamentos de junho de 2016 (2.178 unidades). No acumulado do semestre, foram lançadas 6.547 unidades residenciais na capital paulista, resultado 10,3% superior ao mesmo período de 2016 (5.933 unidades).
Conclusão – O mercado imobiliário da cidade de São Paulo apresentou no primeiro semestre do ano, tanto em lançamentos quanto em vendas, comportamento quase 10% acima dos resultados apurados em igual período de 2016. Além do crescimento em relação ao ano passado, outro fato a destacar no primeiro semestre foram as vendas pouco mais de 20% superiores aos lançamentos. No acumulado, foram 7.888 unidades comercializadas contra 6.547 unidades lançadas.
“O semestre positivo pode ser creditado aos resultados dos meses de maio e junho que, somados, representaram 51% das vendas e 58% dos lançamentos do período. Não podemos desconsiderar a sazonalidade do início do ano, com férias escolares e inúmeros feriados”, afirma Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.
Nos últimos dois anos, a oferta final de imóveis na cidade de São Paulo diminuiu 23%. Em junho de 2015, a oferta era de 27.448 unidades e hoje são 21.043 unidades não comercializadas na capital paulista. Este movimento de redução no volume de imóveis novos ofertados era previsto pelo mercado e vem se confirmando mês a mês, de acordo com a pesquisa.
“Os ajustes em alguns parâmetros urbanísticos do Plano Diretor Estratégico são indispensáveis para sanar dúvidas e motivar os empreendedores, que aguardam momento propício para lançar novos projetos e atender a demanda por imóveis novos na capital paulista”, diz Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP.
Diante desse cenário, Flávio Prando, que é vice-presidente de Intermediação Imobiliária e Marketing do Sindicato, acredita que, vencidas as barreiras que ainda limitam projetos em São Paulo e visando atender as novas regras urbanísticas, os preços dos imóveis – que se mantêm estáveis ou em queda há pelo menos três anos – terão de ser readequados à realidade do mercado.
Enquanto os indicadores econômicos (geração de emprego, PIB, índices de confiança, inflação etc.) oscilaram bastante durante o semestre, em nove meses (de outubro de 2016 a junho de 2017) a taxa básica de juros (Selic) caiu 35%. O efeito dessa retração, no entanto, não foi transferido para os financiamentos imobiliários. A única exceção foi o banco Santander, que reduziu a taxa de financiamentos para menos de 10%. A expectativa é de que a medida influencie outros bancos a cortarem suas taxas de juros também para o crédito imobiliário.
“Outra boa notícia é que a caderneta de poupança voltou a ser atrativa, mudando a tendência dos últimos dois anos de perda de arrecadação líquida. A reversão trará mais recursos para financiamentos imobiliários. O mercado aguarda agora a redução na taxa de juros e os ajustes nos critérios de concessão de financiamento”, afirma o presidente do Secovi-SP, Flavio Amary. Dados dos últimos 12 meses (de julho de 2016 a junho de 2017) mostram que o SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) financiou apenas 182 mil unidades no País, retornando a patamares registrados no ano de 2007.
Oferta – A capital paulista encerrou o mês de junho com a oferta de 21.043 unidades disponíveis para venda. Esta oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (julho de 2014 a junho de 2017). Houve redução de 4,2% em relação a maio (21.960 unidades) e de 14,5% em comparação a junho de 2016 (24.609 unidades).
Destaque – Em junho, os imóveis de 2 dormitórios predominaram nos lançamentos e nas vendas, com 913 e 1.112 unidades, respectivamente.
Área útil – Imóveis na faixa entre 45 m² e 65 m² registraram a maior quantidade de vendas (654 unidades) e de oferta (7.283 unidades) em junho. Unidades com área útil entre 66 m² e 85 m² responderam pela maior quantidade de unidades lançadas (480 unidades) e também o melhor VSO (Vendas Sobre Oferta), de 8,8%.
Faixa de preço – Imóveis com preços entre R$ 240.000,01 e R$ 500.000,00 destacaram-se em quase todos os indicadores em junho. Foram 657 unidades lançadas, 808 unidades comercializadas e 9.271 unidades ofertadas. Porém, o melhor desempenho de vendas medido pelo VSO (Vendas Sobre Oferta) foi dos imóveis com preços até R$ 240.000,00, com índice de 13,9%, correspondente às 400 unidades vendidas divididas pelas 2.874 unidades em oferta.
Zonas da cidade – A análise por zonas da cidade mostra que, no mês de junho, a região Oeste se destacou em quase todos os indicadores, com 726 unidades lançadas, 535 unidades vendidas e VSO de 10,3%. A maior oferta de imóveis foi registrada na zona Sul, com 5.573 unidades disponíveis. (Agência IN)