Inovação

Campinas é a 3ª cidade de SP em carros elétricos

Campinas tem 105 veículos elétricos, segundo o Detran, e é a terceira do Estado em veículos movidos à energia limpa. A frota corresponde a 3,1% do volume existente no Estado de São Paulo. É um número insignificante diante da frota total, de cerca de 28,7 milhões de veículos movidos a gasolina, álcool e diesel — os 3.147 elétricos representam apenas 0,01% da frota total registrada.

Mas poderia ser muito maior, não fosse a alta tributação a que esse tipo de transporte está submetido. O preço mais barato de um carro híbrido, o Toyota Prius, é de R$ 126,6 mil e o mais caro, um BMW i8, cerca de R$ 800 mil. “A grande maioria do mercado brasileiro é de veículos híbridos, porque tiveram benefício da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Mesmo assim, ainda é muito alto. Hoje a tributação do IPI é de 25% para veículos movidos a energia limpa e que impacta em 40% no custo final, enquanto o movido a combustão paga entre 7% e 25%”, afirmou o diretor de marketing e sustentabilidade de novos negócios da fábrica chinesa BYD do Brasil, Adalberto Maluf. Além do IPI, o ICMS também pesa na produção, com a tributação de 18%.

A BYD está em Campinas desde 2015 produzindo ônibus elétricos e comercializando veículos e empilhadeiras 100% elétricos. Em abril deste ano, inaugurou sua segunda unidade para produção de painéis solares. Segundo ele, a carga tributária é a trava para a ampliação do mercado de elétricos e híbridos. “Hoje, temos um volume pequeno de elétricos puros e híbridos plug-in, porque são muito mais caros. O mundo inteiro oferece incentivo para a ampliação desse tipo de frota, enquanto aqui a política tributária é um desincentivo”, afirmou.

Campinas foi pioneira na inserção da primeira frota de 12 ônibus elétricos, com o modelo K9. O K9, que é equipado com baterias de fosfato de ferro, leva 80 passageiros, sendo 22 sentados e 58 em pé, e, segundo a BYD, gera uma economia de até 78% por quilômetro rodado, em relação a um veículo movido a diesel. O presidente da Associação dos Permissionários de Táxis de Campinas, Juraci Soriano de Lima, que adquiriu o modelo BYD e6 em 2015, disse ontem que está muito satisfeito com o carro elétrico. Em 12 meses, disse, fez uma economia de R$ 64 mil só em combustível. O carro custou R$ 270 mil, que está sendo pago em 300 parcelas semanais de R$ 900,00. A cidade tinha três táxis elétricos e hoje apenas o carro de Lima está circulando. Os outros dois taxistas, segundo ele, desistiram. “Não sei o motivo”, afirmou.

O BYD e6 vem de série com um carregador que, conectado a uma tomada de 220V, faz a recarga completa em duas horas. Pelo menos seis modelos de veículos elétricos estão disponíveis no Brasil: o Toyota Prius (R$ 126,6 mil), o Lexus CT200h (R$ 135,1 mil), o Ford Fusion Hybrid (R$ 160,9 mil), o BMW i3 (R$ 159,9 mil), o Mitsubishi Outlander PHEV (34 mil euros) e o BMW i6 (R$ 797,9 mil). A produção desse tipo de veículo vai crescer. No mês passado, a montadora sueca Volvo anunciou que, a partir de 2019, passará a produzir apenas veículos elétricos, mesmo caminho adotado pela italiana Maserati, a fabricante de esportivos de luxo. (Correio Popular)

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