Aluguel de galpões industriais cresce em Sorocaba no 2º trimestre
O volume de galpões locados para indústrias e centros de distribuição na região de Sorocaba — os chamados condomínios logísticos — cresceu no segundo trimestre deste ano e é um reflexo de novos investimentos. Dos 181.943 metros quadrados ocupados ao final do período — 52% do estoque total de 350.476 m2 — 38.838 m2 foram de absorção líquida entre abril e junho.
O resultado inverte os volumes de ocupação negativos registrados no primeiro trimestre deste ano (-13.715 m2) entre abril e junho de 2016 (-8.279). A região de Sorocaba foi a que apresentou maior metragem em ocupação líquida no Estado de São Paulo, no segundo trimestre, seguida pelo Grande ABC, que fechou o período com 31 mil m2. Os dados são da Colliers International Brasil, empresa de serviços imobiliários.
O bom desempenho de Sorocaba está refletido nos números estaduais. Em todo o Estado de São Paulo, a absorção no período foi de 155 mil m2, ante -22 mil m2 no trimestre anterior, de acordo com a Colliers. Esses índices apontam, segundo especialistas do setor, uma retomada do mercado imobiliário, impulsionada pela reação da economia brasileira.
“Não é só uma questão de melhora, mas de ter acabado a piora. As industrias da região de Sorocaba já começam a reagir”, avalia Guido Cussiol Neto, diretor regional do Sindicato da Habitação (Secovi) em Sorocaba. Ele reforça a localização privilegiada da cidade em relação às possibilidades de escoamento de produção — principalmente com a proximidade de rodovias, aeroportos e a existência do porto seco Aurora Eadi.
“Houve uma grande oferta de barracões disponíveis nos últimos três anos, por causa da queda da produção da indústria. Ao mesmo tempo, não houve grandes investimentos em construção de novos imóveis nesse segmento.” Na prática, os últimos meses foram de ocupação de espaços que já existiam e estavam vazios. E, como existia grande oferta, os preços praticados também caíram bastante. “Com preços ofertados baixos e o mercado começando a reagir, também começa a diminuir a quantidade de estoques vazios de galpões.” A reação, reforça Guido Neto, não está sendo sentida apenas nos negócios envolvendo galpões industriais, mas sim em todo mercado imobiliário.
Um exemplo de ocupação de espaços que já existiam é o da multinacional japonesa Toyota Kimura Logística (TKL), que anunciou a instalação de um centro de distribuição e logística de autopeças em Porto Feliz, mais especificamente, num condomínio industrial na rodovia Castelo Branco. A unidade deve passar a operar em outubro.
Vacância
Ainda que reação do mercado já seja uma realidade, a vacância deste tipo de imóvel na região de Sorocaba aparece com o maior índice, em 48% — mas já bem menor que o volume do primeiro trimestre, que fechou em 59%. Em todo Estado também houve queda, passando de 30% no primeiro trimestre do ano para 29%.
Depois de Sorocaba aparecem, no ranking, o Vale do Paraíba (47%), Piracicaba (46%) e Ribeirão Preto (41%). Os menores índices estão em Embu (14%), São Paulo (17%) e Atibaia e Jundiaí (23%).
Em relação ao preço de locação por metro quadrado, a região de Sorocaba aparece com o valor médio de R$ 17,90/mês, mais baixo que o de R$ 18,3 do primeiro trimestre deste ano. Os maiores preços estão no Grande ABC (R$ 23/mês) e Barueri e São Paulo (R$ 22/mês). As regiões com os preços mais baixos são Piracicaba (R$ 15/mês) e Ribeirão Preto (R$ 16/mês). (Jornal Cruzeiro do Sul)