As estruturas de concreto interferem diretamente na segurança social
Com a industrialização, a urbanização e as mudanças econômicas brasileiras
em 1930, o concreto armado foi introduzido nas edificações da construção
civil nacional. O material se mostrou ideal para as condições brasileiras,
devido a sua segurança e o seu baixo custo. A aceitação foi tão positiva que
rapidamente o produto conquistou a hegemonia construtiva do Brasil.
Com a evolução das técnicas construtivas e métodos de cálculo, ocorrida nas
últimas décadas, as estruturas passaram a serem exigidas cada vez mais
próximas a seus limites de utilização. O aumento de esbelteza das
construções levou a uma redução de custos e ao desenvolvimento de estruturas
mais leves, porém, menos duráveis.
Assim, estruturas que deveriam durar décadas passaram a apresentar problemas
patológicos de forma prematura, aumentando o interesse e as pesquisas na
área, o que se reflete no crescente desenvolvimento de normatização nacional
e internacional que abordem os aspectos de degradação e durabilidade de
materiais e componentes destas estruturas.
O edifício Wilton Paes de Almeida, considerado como patrimônio histórico em
1992, marco da arquitetura modernista, foi construído em 1961 pelo arquiteto
Roger Zmekhol no Largo do Paissandu. Sua circulação vertical, infraestrutura
hidráulica e elétrica foram construídas na sua parte central, enquanto toda
a sua parte externa foi revestida por vidros. O material utilizado para a
sua construção foi concreto armado e aço. Desde 2003 o prédio estava
desocupado, passando a ser habitado por famílias que buscavam moradia. No
dia 1 de maio o incêndio que acometeu o edifício provocou o seu
desmoronamento, em fato que, infelizmente, se torna cada vez mais frequente.
O lançamento da Elsevier na área de engenharia civil, Corrosão e Degradação
em Estruturas de Concreto: teoria, controle e técnicas de análise e
intervenção, tem autoria de autores brasileiros e portugueses sob a
coordenação de Daniel Veras Ribeiro, engenheiro civil, doutor em Ciência e
Engenharia de Materiais pela Universidade Federal de São Carlos. O livro
aborda o tema de forma didática e detalhada, partindo dos conceitos básicos
de corrosão e passando pelos mais diversos processos degradativos que
acometem as estruturas de concreto, finalizando com técnicas modernas de
análise e intervenção.
Um ponto que merece destaque nesta nova edição é a qualidade e
reconhecimento no meio técnico-científico dos autores envolvidos. São 10
doutores com larga experiência no tema, sendo diversos deles referências no
país e internacionalmente. Juntar renomados profissionais como Daniel
Ribeiro, Paulo Helene, Oswaldo Cascudo, Zita Lourenço, Bernardo Tutikian,
Paulo Cunha, Almir Sales, Carlos Alberto Caldas e Fernando Almeida, além do
autor do prefácio, Enio Pazini, em uma mesma obra já a tornaria especial.
“Espero que os leitores tenham a mesma satisfação em ler esse livro que nós
em escrevê-lo. Que esta obra continue incentivando estudantes,
pesquisadores, construtores e consultores a se debruçarem cada vez mais
sobre os aspectos associados à durabilidade das estruturas de concreto”,
deseja Daniel Veras. (Obra 24h)