Bancos no Brasil voltam a oferecer crédito imobiliário com taxa de um dígito, mas com condições
Os grandes bancos brasileiros estão reforçando o foco no crédito imobiliário, enquanto tentam acelerar empréstimos para pessoas físicas e compensar a contínua fraqueza na demanda corporativa por novos recursos para investimentos.
O Banco do Brasil começou nos últimos dias a operar com taxa mínima de 8,99 por cento ao ano no financiamento para compra de imóveis residenciais pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
A taxa vale para imóveis avaliados em até 950 mil reais nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e no Distrito Federal, e até 800 mil reais nos demais Estados.
O Santander Brasil anunciou nesta semana que também terá taxa anual a partir de 8,99 por cento na linha de crédito imobiliário com recursos da poupança. A taxa promocional vale até julho.
Mas segundo profissionais do mercado imobiliário, que pediram para não serem citados, esse preço depende de o tomador aceitar um maior relacionamento com o banco. Em caso de descumprimento, a taxa sobe para 11 por cento ao ano.
Segundo as fontes do mercado, em vez de divulgar uma taxa mínima, o Bradesco tem oferecido cobrir os preços da concorrência.
O Itaú Unibanco também está operando com taxa mínima de 9 por cento ao ano, financiando até 82 por cento do valor do imóvel. Essa oferta vale para financiamento mínimo de 80 mil reais e condicionada ao relacionamento com o banco.
O movimento acontece uma semana após a maior financiadora imobiliária do país, Caixa Econômica Federal, ter reduzido a taxa mínima também para 9 por cento ao ano no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que usa recursos do SBPE.
Na véspera, a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) informou que os financiamentos de imóveis com recursos da poupança em março recuaram 5,2 por cento na comparação anual, somando 3,8 bilhões de reais.
O aumento da competição entre os bancos vem na esteira da redução do custo para obter os recursos. Com a queda da Selic para baixo de 8,5 por cento ao ano, a remuneração da caderneta de poupança sofre um redutor, passando a render 70 por cento da taxa padrão de 6 por cento ao ano. Hoje, a Selic está em 6,5 por cento ao ano.
Além disso, o Banco Central anunciou no fim de março uma redução da alíquota do compulsório sobre depósitos a prazo que os bancos são obrigados a recolher aos cofres da autoridade monetária, sem remuneração, de 24,5 para 20 por cento.
Na prática, isso incentiva os bancos a concederem mais recursos para financiamento. (DCI)