Brasileiros ampliam reformas impulsionados por crédito e novas políticas habitacionais
Com juros altos e programas públicos inéditos, cresce a busca por financiamentos estruturados
O mercado de reformas residenciais vive uma expansão consistente no Brasil. A combinação entre novas políticas públicas voltadas à melhoria habitacional e o avanço de linhas de crédito privadas transformou a forma como as famílias encaram seus imóveis. Segundo dados da Creditas, de janeiro a setembro de 2025 houve um aumento de 20% nas solicitações de crédito com garantia de imóvel ou veículo destinadas a obras, revelando uma mudança de comportamento no setor.
A tendência também reflete o cenário econômico. Com juros ainda elevados e menor atratividade para a compra de imóveis novos, cresce o número de brasileiros que optam por renovar suas residências para aumentar o conforto, valorizar o patrimônio ou até gerar renda extra. Esse movimento ganhou impulso adicional com o lançamento do programa federal Reforma Casa Brasil, que oferece financiamentos a partir de R$5 mil, prazo de até 60 meses e limite de parcela de 25% da renda familiar. A iniciativa mobiliza R$40 bilhões em crédito, somando recursos do Fundo Social e do SBPE.
Governos estaduais e municipais seguem na mesma direção, ampliando linhas de crédito subsidiadas, assistência técnica e incentivos à regularização fundiária. O resultado é uma demanda crescente por financiamentos estruturados, capaz de sustentar reformas de maior porte, tendência também observada pelo setor privado.
O home equity, nesse contexto, tornou-se uma das principais alternativas. Segundo a Abecip, a carteira de crédito com garantia de imóvel chegou a R$27,8 bilhões em agosto de 2025, salto de 156% em relação ao ano anterior, com mais de 146 mil contratos ativos.

No acumulado até agosto, os novos empréstimos em CGI superaram R$842 milhões, consolidando o modelo como opção financeiramente mais vantajosa do que o crédito pessoal tradicional.
Para o presidente da Habicamp, Francisco de Oliveira Lima Filho, o movimento aponta para uma mudança estrutural no país. “O aumento das reformas mostra que as famílias estão investindo mais em qualidade de vida e valorização do patrimônio. Crédito acessível e políticas públicas eficazes estão criando um ambiente favorável para modernizar a moradia,” afirmou.
