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Caixa garante recursos para o crédito imobiliário em 2018

Um volume similar aos R$ 82 bilhões aplicados em 2017 deverá garantir recursos para o crédito imobiliário da Caixa em 2018. E o governo já estuda alternativas, tais como um melhor direcionamento da Poupança, caso faltem recursos para atender uma eventual demanda aquecida por crédito imobiliário.

As informações foram transmitidas pelo diretor de Habitação daquela instituição financeira, Paulo Antunes de Siqueira, em 1º de março, na reunião mensal do Comitê de Habitação Popular do SindusCon-SP. O evento foi conduzido pelo vice-presidente de Habitação do sindicato, Ronaldo Cury.

Siqueira também anunciou que o orçamento de R$ 60 milhões para a realização do 14º Feirão da Caixa foi finalizado e recebeu sinalização do de que será aprovado pelo Conselho da instituição. Destacou que a Caixa deverá reiterar às agências orientação para que não exijam reciprocidade desproporcional dos tomadores de crédito imobiliário. E comunicou que a Caixa Imóveis, empresa mista de tecnologia, já opera e prepara um piloto em São Paulo para que o processamento dos pedidos de crédito imobiliário seja feito em apenas dois dias.

Outra medida em estudos é mudar diretrizes da faixa 1,5, para a qual o Ministério espera a contratação de 70 mil unidades habitacionais, segundo Siqueira. Em 2017, essas contratações totalizaram 46 mil moradias.

O diretor de Habitação da Caixa disse que a meta para 2018 é a contratação de 80 mil unidades no FAR Empresas (famílias com renda mensal de até R$ 1.800). Também comentou que, segundo dados do Simulador da Caixa, em 2017 foram feitas 97 milhões de simulações, das quais 27 milhões de São Paulo. Dos interessados, 75% querem imóveis de até R$ 200 mil.

Acordo da Basileia
Siqueira ainda garantiu que os problemas da Caixa com as exigências do Acordo de Basileia foram superados, dando tranquilidade para a concessão de crédito em 2018 e 2019. Parte dos lucros da instituição será revertida para seu patrimônio, elevando o patamar de concessão de empréstimos.

No reunião, José Carlos Tavares Pereira, diretor técnico Corporate da Wiz Soluções (antiga corretorora Caixa PAR), e seu gerente de Riscos de Engenharia, Diego Veloso, apresentaram os seguros exigidos nas faixas 1,5, 2 e 3 (Risco de Engenharia, Garantia do Construtor e Obra Pós-Entrega), as respectivas coberturas e os seguros opcionais. Em março começarão treinamentos da Wiz para as construtoras compreenderem detalhadamente as apólices, anunciou o gerente de Produção e Mercado do SindusCon-SP, Elcio Sigolo.

Perspectivas para 2018
Abrindo o encontro, o professor da FGV, Robson Gonçalves, ao comentar a queda do PIB da construção de 5% em 2017, afirmou que a expectativa é de nova queda em 2018, ainda não estimada.

onçalves afirmou que a FGV calcula que o PIB brasileiro cresça perto de 3% em 2018, alicerçado pelo aumento do consumo. No entanto, o dado preocupante é a queda da Taxa de Investimento, para cerca de 15% do PIB. Segundo ele, investimentos em aumento da capacidade de oferta de energia e ampliação da infraestrutura são fundamentais para que a produção industrial siga crescendo sem provocar inflação.

Ele preconizou que o Brasil tem uma grande oportunidade de captar uma parte dos US$ 30 trilhões disponíveis no mundo para financiar projetos de habitação popular e ampliação da infraestrutura. Para tanto, será necessário superar o problema do seguro de câmbio e dar aos investidores estrangeiros previsibilidade sobre o retorno de cada projeto, o que poderia ser feito mediante uma articulação da iniciativa privada com a FGV. (Sinduscon)

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