Caixa oferta carência para pessoas e construtoras no crédito imobiliário
A Caixa Econômica Federal anunciou hoje (9) que oferecerá carência no financiamento imobiliário para pessoas físicas e para construtoras, na esteira da rápida desaceleração econômica provocada pela disseminação do coronavírus.
Maior financiador imobiliário do país, com cerca de 70% desse mercado, o banco estatal permitirá que pessoas físicas e construtoras façam uma pausa ou paguem parcialmente as prestações por um período de 90 dias em contratos vigentes.
Essa medida vale para clientes adimplentes ou com até duas prestações em atraso. Para pessoas com atraso por mais de 60 dias até seis meses, o banco poderá renegociar contratos, incluindo a possibilidade de pausa temporária nas prestações. Nos novos contratos, a carência sobe para 180 dias.
No caso das construtoras, a carência de 180 dias valerá para novos projetos concluídos, em fase de amortização e para prorrogação do início de obras. O banco também oferece antecipar recursos do financiamento não usados antes ou adiantar 20% dos recursos de obras ainda por começar, e ainda a possibilidade de prorrogação do início das obras por até 180 dias.
“Isso só vale se as empresas não demitirem”, disse o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, em apresentação online.
O executivo disse ainda que o banco avalia estender carência das prestações de crédito imobiliário se a crise piorar.
Os benefícios, que poderão ser solicitados a partir da próxima segunda-feira (13), são anunciados no momento em que entidades ligadas ao setor imobiliário tentam conter os efeitos da crise instaurada pelo isolamento social implementado como forma de tentar aliviar a pandemia do coronavírus.
Após três anos de uma queda histórica, o financiamento imobiliário voltou a crescer no Brasil em 2018 e 2019. No primeiro bimestre de 2020, os empréstimos para aquisição e construção de imóveis com recursos da poupança cresceram 35,7% ante mesma etapa do ano passado, segundo dados da Abecip.
Nesta semana, o sindicato dos fabricantes de cimento, Snic, afirmou que as vendas do insumo por dia útil em março desabaram cerca de 10% sobre um ano antes e cobrou do governo medidas para que os recursos disponibilizados pelo Tesouro e Banco Central chegassem aos consumidores. (Forbes Brasil Com Reuters)