Campinas aprova criação do Polo de Inovação para o Desenvolvimento Sustentável em Barão Geraldo
Projeto define novas regras de uso do solo e cria território voltado à pesquisa, sustentabilidade e moradia de interesse social
Foto: Divulgação – Câmara de Campinas – A Câmara Municipal de Campinas aprovou, em segundo turno, o Projeto de Lei Complementar nº 3/2024, que institui o Polo de Inovação para o Desenvolvimento Sustentável (PIDS) no distrito de Barão Geraldo. A proposta, enviada pela Prefeitura, recebeu 24 votos favoráveis, cinco contrários e uma abstenção, representando uma das mais importantes transformações no ordenamento urbano da cidade nas últimas décadas. O novo território abrange cerca de 17 milhões de metros quadrados e busca integrar ciência, tecnologia e sustentabilidade.
O PIDS foi concebido para fortalecer o ecossistema de inovação de Campinas, conectando-se diretamente à Unicamp e à Ciatec (Companhia de Desenvolvimento do Polo Industrial de Alta Tecnologia). O projeto estabelece diretrizes de parcelamento, uso e ocupação do solo que favorecem a criação de um ambiente urbano voltado à pesquisa, ao desenvolvimento tecnológico e à moradia de interesse social. A proposta segue os princípios do Plano Diretor do município, incentivando o conceito de “cidade de 15 minutos”, que aproxima moradia, trabalho e serviços essenciais.
O território foi dividido em duas zonas principais: a de Centralidade (ZC-PIDS), destinada a uso misto e habitação multifamiliar, e a de Atividade Econômica (ZAE-PIDS), voltada à inovação e tecnologia. Entre as medidas aprovadas, destaca-se o limite de altura para edifícios de interesse social — quatro andares em áreas de ampliação e sete nas prioritárias — e a criação de um Programa de Locação Social para estudantes e trabalhadores de baixa renda, que deverá ser regulamentado em até 360 dias.
O texto também reforça o compromisso ambiental. O PIDS prevê a preservação de áreas verdes, recuperação do Ribeirão Anhumas e incentivo a práticas sustentáveis, como o uso de energia limpa e reuso de água. Toda a infraestrutura de água, energia e telecomunicações será subterrânea, e as calçadas terão largura mínima de quatro metros, com espaços planejados para pedestres e ciclistas. Projetos que adotarem soluções verdes poderão obter descontos nas taxas de construção.

A gestão do PIDS ficará a cargo de um Comitê de Análise composto por representantes de secretarias municipais, responsável por monitorar os resultados e garantir o cumprimento das metas de sustentabilidade e inovação. Para o presidente da Habicamp, Francisco de Oliveira Lima Filho, o projeto é um marco no desenvolvimento urbano da cidade. “O PIDS simboliza uma nova fase para Campinas, unindo inovação, habitação e sustentabilidade em um modelo que serve de referência para o país”, afirmou.
