mercado

Com valorização de 10% apenas este ano, os fundos imobiliários atraem investidores

Com o mercado de aluguel e venda em baixa, os fundos imobiliários podem ser um bom negócio para quem quer continuar a investir em imóveis. Este ano, até maio, o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix), indicador que avalia a média de desempenho de fundos, valorizou 10%. A expectativa é que o crescimento seja maior com a queda aguardada da taxa básica de juros, a Selic.

Sem incidência de imposto de renda, com pagamento de dividendos mensais e ancorados no mercado imobiliário, tradicional investimento brasileiro, os fundos imobiliários são indicados para quem já possui a cultura de investimento e está procurando diversificar.

“O investimento em imóveis passa de geração em geração, o que torna os fundos imobiliários um produto de fácil aderência. É um produto financeiro que tem um espelho muito claro no mundo físico e fica muito fácil de explicar como funciona”, afirma o gerente de home broker da corretora Socopa, Fabrício Tota.

Fundos imobiliários são como grandes condomínios que investem em ativos imobiliários, a maioria imóveis físicos, dos mais variados segmentos, como salas comerciais, apartamentos, prédios, loteamentos. Uma parte dos ativos é de títulos, como letras de crédito imobiliário. E, como ações de empresas, são negociados diariamente na bolsa.

Segundo a gerente de representação institucional da Associação das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Erika Lacreta, este tipo de fundo é indicado para pessoas físicas que querem investir no mercado imobiliário sem precisar comprar um imóvel, fazer registro em cartório, pagar IPTU e outros compromissos relacionados. “Existem diversos tipos de fundo imobiliário, portanto é importante que o investidor verifique aquele que melhor se adequa às suas necessidades. Lembrando que esse é um produto de longo prazo, ou seja, para obter ganhos, ele não pode ter pressa em resgatar”.

O investimento inicial é infinitamente menor do que um imóvel físico porque é feito através da compra de cotas. Para investir, é preciso contratar o serviço de um banco ou corretora. O economista André Luzbel, sócio da Bahia Partners, conta que existem fundos imobiliários com cotas a partir de R$ 100.

Como há uma variedade de fundos, investindo em imóveis e títulos de segmentos diferentes, é preciso se informar bem sobre os resultados do fundo específico antes de comprar cotas. “É preciso saber que perfil de fundo imobiliário lhe agrada mais. Se quiser maior segurança, são indicados fundos que investem em aluguel de agências bancárias, por exemplo. Se quer arriscar mais, pode buscar loteamentos e shopping centers, mais arriscados porque têm um mix de varejo”, conta André Luzbel.

Os riscos envolvidos são parecidos com os de investimentos em qualquer imóvel, como vacância, inadimplência e a própria depreciação dos bens. Em uma comparação com aluguéis e imóveis físicos, é como se o proprietário precisasse negociar todos os dias o valor do aluguel com seu inquilino. No entanto, os riscos são diluídos pelo número de imóveis diferentes que são negociados, além de a gestão do negócio ser feita por profissionais, ou seja, o investidor não precisará lidar diretamente com esses assuntos, só gerenciar os lucros, que são pagos todos os meses para os cotistas.

O investidor Joel Gomes aposta em fundos imobiliários há 10 anos e optou pelos fundos como uma alternativa às ações de empresas e, principalmente, pela possibilidade de gerar uma renda mensal com o valor investido. “O fundo imobiliário sofreu muito pouco na crise, como a maioria dos fundos. Como são feitos de uma cesta de imóveis, tem vários prédios diferentes, o impacto da vacância não acontece como nos prédios fixos. Como tem uma grande quantidade de imóveis no fundo, a perda de um ou dois não impacta no seu caixa”, conta.

Para escolher em qual fundo imobiliário vai investir, Joel pesquisa na internet, nos sites dos maiores fundos, em fóruns de discussão, antes de tomar uma decisão. Uma atenção que, segundo o corretor Fabrício Tota, está acessível a todos e é similar aos cuidados que precisamos tomar ao comprar um imóvel. “Não precisamos ser engenheiros para avaliar um imóvel para comprar, não precisamos ser economistas para avaliar um fundo imobiliário. Precisamos entender os riscos e assumir os riscos, assim como para comprar um imóvel físico”, afirma Fabrício Tota. (Jornal A Tarde)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.