Construção Civil gera 19 mil empregos em julho, mas confiança empresarial recua
Setor responde por quase 15% das vagas formais criadas no mês
Foto: José Paulo Lacerda / CNI – Em julho de 2025, o Brasil criou 129.775 empregos formais, sendo 19.066 na Construção Civil, que respondeu por 14,69% das novas vagas no mês. Os dados são do Novo Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho. O saldo positivo foi resultado de 221.024 admissões e 201.958 desligamentos, representando o melhor desempenho do setor em três meses e quase o dobro do registrado em junho. Na comparação anual, o número de vagas manteve estabilidade frente a julho de 2024.
Todos os segmentos da construção avançaram: Construção de Edifícios (6.095), Infraestrutura (7.681) e Serviços Especializados (5.290). O setor alcançou 3,035 milhões de trabalhadores formais, um crescimento de 2,91% em relação ao ano anterior. Além disso, registrou o maior salário médio de admissão do país, R$2.490,54, acima da média nacional de R$2.277,51.
Apesar do resultado expressivo, a confiança dos empresários recuou. A Sondagem da Indústria da Construção da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Câmara Brasileira da Construção (CBIC), apontou queda do Índice de Confiança para 45,8 pontos em agosto, menor nível desde 2020. O setor ainda enfrenta juros elevados, inflação acima da meta, falta de mão de obra qualificada e aumento dos custos acima da inflação.

Segundo a CBIC, os lançamentos imobiliários cresceram 6,8% no primeiro semestre, mas caíram no comparativo do segundo trimestre com o mesmo período de 2024. Entre janeiro e julho, a construção gerou 177.341 vagas, recuo de 11,71% frente ao ano anterior. A Construção de Edifícios concentrou a maior parte dos postos (67.869), enquanto a Infraestrutura foi o segmento com maior crescimento relativo (12,28%), somando 57.411 vagas.
Regionalmente, São Paulo liderou a geração de empregos (40.813), seguido por Minas Gerais (20.703) e Santa Catarina (12.710). Entre os municípios, a capital paulista foi destaque com 19.535 vagas, seguida por Belo Horizonte (10.133) e Rio de Janeiro (5.434).
Para Francisco de Oliveira Lima Filho, presidente da Habicamp, o resultado mostra a relevância da construção no mercado de trabalho: “A geração de empregos no setor reforça sua importância para a economia, mas é essencial que o ambiente de negócios ofereça mais estabilidade para garantir novos investimentos e crescimento sustentável.”