Construção civil mostra desempenho superior
Nos primeiros sete meses do ano, o volume de metros quadrados de construção aprovados em Campinas ultrapassou em 26% o desempenho de todo o ano passado, o que indica, na avaliação do Sindicato da Indústria da Construção Civil (SindusCon), tendência de crescimento do setor da construção. Mas a retomada do mercado imobiliário, segundo o presidente estadual da entidade, José Romeu Ferraz Neto, depende ainda das reformas polí- tica e da previdência, que estão no Congresso. Empreendimentos do programa federal Minha Casa, Minha Vida, puxaram o crescimento em Campinas.
“Temos hoje indicadores econômicos favoráveis, com queda da inflação, dos juros, bom desempenho da balança comercial, mas quando tivermos a reforma da previdência teremos uma situação fiscal melhor e aí o setor vai deslanchar”, afirmou.
O número de obras aprovadas de janeiro a junho ultrapassou 2016 e 2015 – foram 35 este ano, 19 no ano passado e 26 no ano retrasado. Em 2015, segundo dados do SindusCon, 300.781 metros quadrados foram aprovados, volume que caiu para 146.305 em 2016. Ferraz Neto não arrisca projetar, no entanto, se este ano o desempenho do mercado irá se recuperar em níveis de 2015. A maior parte do volume de construção aprovado este ano está na categoria residencial, com 32 empreendimentos que somam 179.672 metros quadrados. O segmento comercial, onde estão hotéis, flat ou resort, são apenas três obras, com 4,6 mil metros quadrados. Segundo Ferraz Neto, esse segmento depende muito do desempenho econômico do País.
Para o diretor regional do SindusCon, Márcio Benvenutti, as expectativas de retomada são positivas. “Depois de um período ruim para a construção civil, o desempenho dos primeiros sete meses desse ano é animador”, afirmou.
O diretor técnico da MRV, Túlio Barbosa, avalia que a tendência de retomada é real. A empresa, que atua no segmento habitacional para a faixa 2 e 3 do Minha Casa Minha Vida, está preparando o canteiro de obras de três empreendimentos próximo ao Shopping Galleria, que somam 756 unidades e se prepara para lançar, no próximo mês, duas torres de cinco andares, no Jardim São Gabriel, com 640 unidades.
Segundo ele, as boas perspectivas de crescimento abrem a possibilidade de o setor voltar a gerar empregos neste ano, ao contrário dos períodos anteriores. “Mesmo com toda a crise que estamos enfrentando, a MRV não parou. Nosso mercado atende pessoas que estão adquirindo seu primeiro imóvel. A retomada do mercado imobiliário vai ocorrer, mas de forma lenta. Temos sinais de recuperação da economia e poderíamos estar com um crescimento mais contundente se as reformas tivessem avançado mais. Estamos vendo uma retomada do emprego e com isso as pessoas voltarão a adquirir imóveis”, afirmou.
Para o economista Clesio Pereira, o desempenho do setor no primeiro semestre do ano, embora positivo, ainda está muito centrado no padrão residencial médio baixo. “Só teremos uma retomada nesse setor, que é grande empregador, quando de fato a economia do País melhorar e os empregos cresceram. Mesmo assim, o desempenho de Campinas traz um alento nessa crise”, disse. (Correio Popular)