Construção cresce acima do previsto
A FEPICOP – Federação do setor da Construção, na sua última análise de conjuntura revela que a construção está a crescer acima do previsto inicialmente, mais 5,9%, até outubro face a 2,6% previstos no início de 2017. “Esta variação, a confirmar-se, será a mais positiva dos últimos 19 anos, período em que o Setor atravessou uma longa e grave crise e durante a qual o seu volume de produção terá registado uma queda acumulada de 52,0%”, salienta.
Em comunicado, a FEPICOP revela que o segmento da construção de edifícios residenciais foi o que mais contribuiu para a expansão da produção do Setor (+8,0%), “particularmente a componente de trabalhos de reabilitação, cujo volume de produção cresce perto de 14%. Também com uma evolução positiva, mas mais moderada, os trabalhos de construção nova evoluem a um ritmo perto dos 5% em 2017”.
Com um comportamento favorável ao longo do ano, esteve também a produção dos trabalhos de engenharia civil, estimando-se um crescimento de 6% do seu volume de produção. “Para esta evolução e a avaliar pela informação relativa ao mercado das obras públicas muito contribuiu a realização, em outubro, de eleições autárquicas, as quais induziram, ao longo do ano, a realização de um volume assinalável de obras da responsabilidade das autarquias locais”, pode ler-se no comunicado.
Ainda assim, frisa, “esta expansão verificada em 2017 revela-se claramente insuficiente para colmatar a diminuição de 8% registada no ano anterior e pouco contribui para moderar a queda de 36% que a produção deste segmento de atividade acumulou ao longo dos últimos 6 anos e que foi o reflexo direto da brutal redução verificada ao nível do investimento público”.
Beneficiando dos mesmos estímulos, a componente pública da construção de edifícios não residenciais regista uma evolução positiva em 2017, mais 5,0%, após uma quebra de 6,0% verificada no ano anterior.
No que diz respeito à componente privada, “o bom desempenho da economia beneficiou a produção deste tipo de trabalhos, que acelerou a sua expansão de mais 1,0% em 2016 para mais 3,0% em 2017, a par de um crescimento, até setembro, de 12% na área licenciada para construção deste tipo de edifícios”.
Em termos agregados, estima-se que a produção do segmento da construção de edifícios não residenciais venha a registar uma taxa de crescimento de mais 3,7% em 2017. (Dinheiro Vivo)