construção civil

Construtoras esperam avanço do setor nos próximos meses

Representantes do setor de construção civil, um dos mais afetados nos anos de crise econômica, projetam um fortalecimento dos negócios no Estado de São Paulo durante os próximos meses.

“Com os juros mais baixos e a melhora da confiança e dos indicadores de emprego, a expectativa é positiva para 2018”, afirma Flavio Amary, presidente do Secovi-SP, sindicato do setor imobiliário. “Entretanto, é importante que a reforma da Previdência avance, para que a insegurança com a economia não volte”, completa ele.

De acordo com ele, a recuperação do setor deve ser percebida nos ramos residencial, comercial e industrial, para aluguéis e vendas. “A queda durante a crise foi muito grande, então há espaço para uma retomada ampla neste ano”.

Sobre o ramo residencial, Amary diz que o destaque de 2018 deve ficar com os imóveis de dois dormitórios e tamanho em torno de 45 metros quadrados. “É a opção que mais se adequa à pirâmide socioeconômica brasileira”, afirma ele.

À frente da Danpris Construtora, Dante Seferian conta que os lançamentos da empresa começaram a melhorar no final de 2017. “Os estoques também começaram a cair nos últimos meses”. Na visão dele, a demanda paulista, que era reprimida pela insegurança com o quadro econômico, começou a “respirar” recentemente com a melhora da confiança no futuro do País.

“Muita gente estava esperando melhores perspectivas para a economia e condições de financiamento mais favoráveis. Com o mercado de trabalho em recuperação e a queda dos juros, esse cenário está se concretizando”. O recuo dos preços de diversos imóveis, durante os anos de crise, também beneficia a recuperação do setor, diz o executivo.

Seferian afirma que o avanço da construção civil é visto em todo o Estado de São Paulo. “A recuperação é generalizada em 2018”. Sobre os nichos com maior potencial de avanço nos próximos anos, o especialista destaca os imóveis mais baratos.

“As compras da parte de baixo da pirâmide [social] devem crescer mais rapidamente, inclusive porque contam com a ajuda de programas do governo. Já o nicho intermediário deve demorar mais, porque ainda conta com um estoque grande”. Para os bens de alto padrão, segue ele, é esperada a manutenção de um “ritmo normal” para as vendas. “Os imóveis mais caros sempre tiveram seu espaço no mercado.”

Outro fator que pode influenciar a construção civil neste ano é a alteração do Plano Diretor da capital, afirma Amary, do Secovi-SP. Segundo ele, o desenho atual da lei de urbanismo inviabiliza a construção de imóveis em algumas partes da cidade. “Se houver uma calibragem do Plano Diretor, teremos uma expansão maior dos empreendimentos em São Paulo”, defende ele.

Recuperação

Os dados do Secovi-SP mostram que os lançamentos residenciais na capital cresceram em sete dos 11 meses analisados em 2017. Os números mais recentes mostram que 6.260 unidades foram lançadas em novembro, uma alta de 177,4% em relação a outubro. (DCI)

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