Crise de mão de obra na construção civil exige respostas urgentes
Envelhecimento da força de trabalho e falta de atratividade no setor preocupam especialistas
A crise de mão de obra no setor da construção civil está exigindo estratégias rápidas e eficazes, que levem em conta não apenas as demandas atuais, mas também os desafios futuros. De acordo com especialistas, é urgente abandonar a mentalidade de “sempre fizemos assim e funcionou”, que não condiz mais com a realidade de um setor em transformação.
Um dos fatores mais preocupantes é o envelhecimento da força de trabalho. Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mostram que a idade média dos trabalhadores subiu de 38 anos em 2016 para 41 anos em 2024. Esse envelhecimento reflete a dificuldade do setor em atrair jovens, agravando o déficit de mão de obra qualificada.
Outro ponto de atenção é a percepção negativa sobre os canteiros de obras. Enquanto empregadores relatam baixa produtividade, falta de qualificação e alta rotatividade, os trabalhadores veem o ambiente de trabalho como pouco atrativo. Termos como “sujo” e “inseguro” são frequentemente associados ao setor, de acordo com um levantamento realizado pela Real Estate, evidenciando a necessidade de melhorias nas condições de trabalho.
Para Francisco de Oliveira Lima Filho, presidente da Habicamp, enfrentar essa crise requer uma abordagem inovadora e estratégica. “Precisamos modernizar o setor, investir na qualificação da mão de obra e transformar os canteiros em ambientes mais seguros e atrativos. É a única maneira de garantir a sustentabilidade da construção civil a longo prazo.”
Especialistas defendem que, além de melhorias imediatas, o setor deve focar em ações que valorizem a profissão, como parcerias com instituições de ensino e adoção de tecnologias que tornem o trabalho menos exaustivo e mais eficiente. Essas medidas podem ser fundamentais para reverter o cenário atual e assegurar o futuro do setor.