Habitação

Défict é maior na região Sudoeste de Campinas

Ano a ano, o número de pessoas que esperam por uma moradia popular em
Campinas só cresce. São cerca de mil novos inscritos anualmente na fila de
espera da Companhia de Habitação Popular (Cohab), que em alguns casos chega
a levar mais de 20 anos até a entrega da casa própria, por meio dos sorteios
da Caixa. No raio-X do déficit habitacional campineiro, nenhuma macrorregião
da cidade tem tanta demanda quanto a região Sudoeste, que abrange o distrito
de Ouro Verde, os bairros recém-surgidos nas imediações do Aeroporto
Internacional de Viracopos e o Distrito Industrial.

Essa região concentra um terço das 36,8 mil inscrições vigentes nas fichas
de demanda habitacional da Cohab em Campinas. São 11,7 pessoas ou famílias
que vivem onde não querem, ou como não querem – muitas delas em ocupações
irregulares ou invasões.

No entorno de Viracopos, por exemplo, a precariedade com que moradores de
bairros como Jardim Campo Belo, Cidade Singer e Jardim Marisa convivem é
nítido, com problemas de infraestrutura que vão da falta de asfalto na
maioria das ruas a cortes frequentes de luz e energia elétrica.

Já o Ouro Verde, mesmo elevado a distrito no fim de 2014, ainda reúne alguns
dos bairros com os piores Índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)
de Campinas, como o Parque Campinas, cujo índice é equivalente ao de países
como Vietnã e Cabo Verde – o estudo consta no Atlas de Desenvolvimento
Humano da Região Metropolitana de Campinas, elaborado pelo Centro das
Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).

Com mais de 30 empresas de grande porte e multinacionais, a macrorregião
Sudoeste ocupa uma extensa área de 98,92 km², menor apenas que a região Sul,
localizada no entorno da área central da cidade com uma área de 120 km² e
que concentra o maior número de habitantes de Campinas, com 260 mil pessoas.
Nessa região a fila de espera por uma casa própria reúne 8,9 mil inscritos.

Em seguida, as macrorregiões com maior demanda habitacional são a Noroeste
(distrito de Campo Grande), com 6,6 mil fichas preenchidas na Cohab; Norte
(distrito de Barão Geraldo e bairros tradicionais como o Castelo), com 5,7
mil inscritos, e Leste (distritos de Sousas, Joaquim Egídio), com 3,7 mil
inscritos na fila por uma casa própria.
Uma questão de tempo

O secretário de Habitação e presidente da Companhia de Habitação Popular
(Cohab) de Campinas, Samuel Rossilho, acredita que é questão de tempo para a
fila habitacional diminuir em Campinas. “Essa fila vai ter queda a partir do
momento em que houver as entregas das moradias. Algumas obras começam este
ano ainda, então a previsão é de que nos próximos dois anos podemos reduzir
bem significativamente a fila, assim que houver a entrega dos loteamentos
aprovados”, prevê.

O otimismo do secretário se dá por projetos muito próximos de serem
aprovados, segundo ele, nos distritos de Campo Grande e Barão Geraldo e nos
bairros Jardim Miriam, São Bernardo e Vila Costa e Silva, além de outras
áreas da cidade.
Atualmente, a Cohab analisa 104 áreas de Campinas para a construção de
moradias populares. Do total, 18 contratos já estão assinados, em fase de
aprovação de documentos. Todas essas áreas somam 22 mil unidades que, se
aprovadas, farão com que Campinas construa mais residências que nos últimos
dez anos – a Caixa informa que foram cerca de 20 mil moradias do Minha Casa,
Minha Vida, entregues na última década.


Irregulares

De acordo com os últimos levantamentos da Secretaria Municipal de Habitação
(Sehab), aproximadamente 100 mil famílias vivem em 258 ocupações irregulares
em todo o município. (Correio Popular)

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