Investimento

Estudo de viabilidade do trem intercidades sai no final do mês

O Consórcio Pró-TL vai disponibilizar, até o final do mês, os estudos sobre a implantação do Trem Intercidades (TIC) entre São Paulo e Americana. Os estudos demonstrarão tecnicamente a possibilidade de compartilhamento das vias férreas atualmente existentes entre o transporte de cargas (federal) e de passageiros (estadual).

O Estado vai apresentar o trabalho ao governo federal para que sejam definidas as regras de compartilhamento das vias férreas e os níveis de qualidade dos serviços de passageiros a serem atingidos pelo Trem Intercidades.

O consórcio é composto por cinco empresas lideradas pela DB Internacional Brasil Ltda., subsidiária do grupo Deutsche Bahn, maior companhia operadora de ferrovias da Europa.

A licitação internacional, vencida pelo Pró-TL, inclui a realização de um trabalho mais amplo para subsidiar a implantação de um novo sistema de transportes na Macrometrópole de São Paulo – área geográfica que inclui a Região Metropolitana da Capital, Santos, Sorocaba, Campinas, São José dos Campos, e conexão com São Sebastião, onde concentram-se 3/4 da população paulista e 80% do PIB do Estado.

O investimento total nos estudos é de US$ 6 milhões e o prazo de execução para a Macrometrópole é de 20 meses. Para o TIC, o prazo vence no final do mês. O trecho entre São Paulo e Americana, passando por Campinas, tem 135 quilômetros, são previstas nove estações para transportar diariamente cerca de 60 mil passageiros, e tem custo de implantação estimado em R$ 5 bilhões.

O escopo do estudo prevê alternativas para atender as demandas de transporte de passageiros e cargas projetadas para a Macrometrópole num horizonte de 50 anos, ampliar o aproveitamento da infraestrutura existente e propor adequações necessárias para uma expansão gradativa e programada.

O plano também fará a análise de viabilidade econômica e funding (captação de recursos) dos projetos em parceria com a iniciativa privada e levantar alternativas de geração de receitas como meio para minimizar aporte de recursos públicos e identificar novas alternativas para veiculação de contêineres de ou para o Porto de Santos. Hoje, segundo a Secretaria de Logística, estas cargas são quase que integralmente movimentadas por caminhões que superlotam os acessos à RMSP, à Via Anchieta e as entradas e saídas do Porto.

O estudo vai entregar anteprojetos em condições de lançamento de licitações na modalidade concessão ou PPP, para implantação de um novo sistema ferroviário ligando os vértices da Macrometrópole – Campinas, Sorocaba, São José dos Campos e Santos à RMSP – e garantindo a mobilidade de cargas e passageiros no longo prazo.

Terá também um cronograma de prioridade de implantação das linhas a serem instaladas, baseando-se em critérios como a quantidade de passageiros e cargas capturadas pelas linhas, sua financiabilidade e tempo de implantação.

Antes da crise política que atingiu o Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer (PMDB) havia anunciado que incluiria o TIC no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), criado para ampliar a relação entre Estado e iniciativa privada e atrair novos investimentos em projetos de infraestrutura.

Temer também havia garantido que assinaria a liberação da faixa de domínio por onde passa o transporte ferroviário de cargas nessas regiões, para o transporte de passageiros. A crise, no entanto, parou todos os projetos. (Correio Popular)

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