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Lançamentos e baixa dos juros marcam retomada do mercado imobiliário

O cenário de estagnação do mercado imobiliário parece ter ficado para trás.
Mais do que de um sentimento do setor, a sinalização vem das estatísticas,
que apontam aumento no número de unidades lançadas e também de vendas efetivadas no primeiro trimestre de 2019. A próxima divulgação dos
Indicadores Imobiliários Nacionais, referentes ao segundo trimestre de 2019, está agendada para o dia 26/8, em São Paulo.

Depois de bater recorde em 2014, e cair nos anos seguintes, o financiamento
de imóveis com recursos da poupança voltou a crescer em 2018 e, apesar de
ainda longe dos melhores tempos, acelerou o ritmo agora. Nos primeiros cinco meses de 2019, o volume cresceu quase 40% e ultrapassou R$ 27 bilhões. Esse dinheiro financiou a compra de 104 mil imóveis no país, 31% a mais do que no mesmo período de 2018. No país, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) registrou avanço de 9% nas vendas e de 4% nos lançamentos residenciais no primeiro trimestre.

O estado do Paraná é um bom exemplo dessa retomada. O número de apartamentos novos lançados em Curitiba teve alta de 18% no 1º semestre desse ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Ao todo, foram 855 novos imóveis residenciais colocados no mercado de janeiro a junho de 2019, segundo a última pesquisa divulgada pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), realizada em parceria com a Brain Inteligência Corporativa.

“Curitiba tem o menor estoque de imóveis novos dos últimos nove anos, pouco mais de 5,5 mil apartamentos disponíveis, ante uma demanda que gira em torno de 20 mil unidades por ano. Fica evidente a necessidade de novos imóveis para atender esse consumidor, especialmente na classe média. O estímulo à compra se dá pela progressiva redução das taxas de juros do financiamento imobiliário, que permite que ele saia do aluguel ou da casa dos pais e até mesmo troque sua moradia atual”, analisa o presidente da Ademi-PR, Leonardo Pissetti.

Para Pissetti, além do otimismo dos empresários em relação à economia, o
aumento da produção no mercado imobiliário é um reflexo na abertura do
acesso ao crédito no país. “A redução da taxa de juros não apenas para o
comprador, mas também para as empresas financiarem as novas construções, é fundamental para manter esse ciclo virtuoso do mercado imobiliário”, argumenta.

Em valores, o crescimento foi ainda maior, a se considerar as operações
realizadas dentro do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE): no 1º semestre de 2019, os financiamentos somaram R$ 33,7 bilhões, superando em 33% o volume realizado em igual período de 2018, segundo pesquisa da Abecip.

Resultado que demonstra o esforço dos agentes financeiros em ampliar o
acesso ao crédito no mercado imobiliário, segundo o gerente regional de
construção civil da Caixa, Julio César Goginski. Como exemplo, ele citou as
condições facilitadas para financiamento imobiliário à pessoa física, para
imóveis residenciais dentro do SBPE, vigentes para os contratos assinados
até o último dia 31 de julho.

As mudanças incluíram a redução da taxa de juros (a partir de 8,5% ao ano + Taxa Referencial – TR), cota de 90% para financiamento de imóveis com obra financiada pela Caixa, além da reabertura da linha de crédito pela Tabela Price, com financiamento de até 80% do valor do imóvel.

“Embora a Caixa ainda tenha a maior participação no crédito imobiliário no
país, o banco teve que tirar o pé do acelerador, nos últimos anos,
especialmente para o SBPE. Agora, estamos com uma política de crédito
bastante agressiva para retomar nossa posição, condição que deve se
intensificar a partir do 2º semestre”, afirma Goginski.

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