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Mercado de imóveis novos manteve bom desempenho em outubro

A Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), apurou em outubro a comercialização de 3.467 unidades residenciais novas. O resultado foi 14,5% inferior ao total comercializado em setembro (4.055 unidades), mas superou em 23,2% as vendas de outubro de 2018 (2.815 unidades).

De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), a cidade de São Paulo registrou, em outubro, o lançamento de 4.435 unidades residenciais, volume 10,2% acima do apurado no mês de setembro (4.026 unidades) e 16,3% abaixo do total de outubro do ano passado (5.300 unidades).

O acumulado de janeiro a outubro deste ano está em 33.956 unidades vendidas e 36.474 lançadas.

Oferta – A capital paulista encerrou outubro com a oferta de 26.240 unidades disponíveis para venda. A quantidade de imóveis ofertados cresceu 2,6% em relação a setembro (25.563 unidades) e 43,4% em comparação a outubro de 2018 (18.293 unidades). Esta oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (novembro de 2016 a outubro de 2019).

Análise – Para Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, os indicadores da pesquisa de outubro apresentaram resultados moderados, com equilíbrio entre os comparativos dos períodos analisados. “As vendas registraram redução de 14,5% em relação ao mês de setembro. Em compensação, superaram em 23,2% o volume comercializado em outubro do ano passado”, compara Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

“Apesar das oscilações pontuais registradas, os resultados acumulados continuam surpreendendo. Nos dez primeiros meses do ano, os imóveis de 3 e 4 dormitórios superaram os resultados de lançamentos contabilizados durante todo o ano de 2018”, ressalta Basilio Jafet, presidente do Secovi-SP.

O dirigente refere-se às 5.590 unidades de 3 dormitórios lançadas no período de janeiro a outubro, que superaram em 48,6% o total lançado da mesma tipologia durante os 12 meses de 2018 (3.762 unidades). A quantidade de imóveis de 4 dormitórios lançados em dez meses foi de 1.915 unidades, 35,8% acima do total lançado deste segmento no ano todo de 2018, que fechou com 1.410 unidades.

“O crescimento de lançamentos se refletiu nas vendas. As unidades de 3 dormitórios cresceram 34,5% no acumulado de janeiro a outubro, e as de 4 dormitórios aumentaram 23,4%, comparado ao ano de 2018”, completa Petrucci.

Imóveis de alto e médio padrão também se destacaram. Apartamentos de 3 dormitórios registraram o maior VGV (Valor Global de Vendas) dentre todas as tipologias, com R$ 592,4 milhões. Imóveis com áreas superiores a 180 m² conseguiram o melhor desempenho no indicador VSO (Venda Sobre Oferta) do segmento, de 16,3%. Unidades com tíquetes superiores a R$ 1,5 milhão registraram maior VSO (15,7%) e VGV (R$ 843,1 milhões).

No ambiente econômico, o setor da construção civil destacou-se com a geração de 125 mil empregos com carteira assinada, o equivalente a 15% do total apurado no País, que foi de 842 mil novos postos de trabalho no período de janeiro a outubro. “A recuperação da macroeconomia passa, obrigatoriamente, pelo nosso setor. A construção civil e imobiliária é forte geradora de mão de obra formal, direta e indireta”, enfatiza o presidente do Secovi-SP.

Apesar do bom momento para o mercado imobiliário em termos de geração de renda, criação de novos postos de trabalho, oferta de moradia, recolhimento de impostos, dentre outros benefícios socioeconômicos, o setor tem inúmeros desafios a serem superados.

“A viabilização de novas moradias na cidade de São Paulo ainda esbarra em problemas oriundos da demora na calibragem da Lei de Zoneamento. Nossa expectativa é que isso aconteça logo no início de 2020, com a entrada do Projeto de Lei do Executivo na Câmara dos Vereadores, para aprovação”, observa Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP. “Quanto mais tempo demorar para que os ajustes sejam feitos, maior o atraso na recuperação do setor. O mercado imobiliário concorreu fortemente para o crescimento do PIB e para grande parte da oferta de novos empregos, que é uma das principais preocupações do País.”

“Também é importante equacionar alguns aspectos legais que causam insegurança jurídica e aumentam a já exagerada burocracia. Precisamos de previsibilidade”, finaliza Basilio Jafet.

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