Mercado imobiliário em alta: imóveis novos impulsionam setor
Vendas de imóveis novos sobem 45,3% em 12 meses, com destaque para habitação popular; cenário reforça otimismo, mas reforma tributária preocupa setor
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil – As vendas de imóveis novos registraram um crescimento expressivo de 45,3% no acumulado de 12 meses encerrados em maio de 2024. Ao todo, 183.228 unidades foram comercializadas, segundo o indicador ABRAINC-FIPE. A pesquisa foi realizada pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), utilizando dados de 20 empresas do setor.
O segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) também apresentou sinais de recuperação, com aumento de 13% no volume de vendas e 32,6% no valor total comercializado. Os lançamentos no segmento tiveram um acréscimo de 14,4%, indicando confiança no mercado e retomada de novos projetos. Além disso, a redução no tempo de estoque, que caiu de 24 para 13 meses, mostra maior equilíbrio entre oferta e demanda.
No programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV), os resultados foram ainda mais positivos. As vendas aumentaram 59,7% em quantidade de unidades e 65,6% em valores totais nos últimos 12 meses. A valorização dos lançamentos foi outro destaque, com crescimento de 30,7% no preço médio. De acordo com o estudo, políticas públicas como o FGTS Futuro têm ampliado o acesso à moradia para famílias de menor renda e fortalecido o mercado de habitação popular.
Apesar do desempenho positivo, o setor imobiliário enfrenta desafios. A aprovação da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados acendeu um alerta entre os players do mercado. Luiz França, presidente da ABRAINC, aponta que as mudanças podem impactar custos e exigir adaptação no planejamento das incorporadoras. O cenário reforça a necessidade de diálogo entre o governo e o setor privado para minimizar impactos negativos.
Para Francisco de Oliveira Lima Filho, presidente da Habicamp, o panorama do mercado imobiliário é promissor, mas demanda atenção constante. “O crescimento nas vendas é um reflexo de ajustes estratégicos e políticas públicas acertadas, mas a instabilidade tributária pode trazer incertezas que precisamos enfrentar com planejamento e união”, afirma.
Com o avanço nas vendas e a redução no estoque, o setor demonstra estar em um ciclo de recuperação, especialmente impulsionado pela habitação popular. No entanto, os próximos passos dependerão de como o mercado e o governo enfrentarão os desafios regulatórios e econômicos para manter o ritmo de crescimento sustentável.