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Ocupação Joana D’Arc será passagem do BRT

Com cerca de 350 famílias, a ocupação Joana D’Arc, no bairro Cidade Jardim, é um dos grandes e urgentes desafios da Secretaria de Habitação e da Secretaria de Transportes de Campinas. Os barracos dos moradores estão instalados às margens do leito do extinto Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e precisarão ser retirados do local por causa das obras do BRT (Bus Rapid Transit, ônibus de trânsito rápido).

A ocupação começou a se formar há cinco anos e tem toda uma estrutura, que inclui água, luz e rede de esgoto construída pelos próprios moradores. O casal de vendedores Alessandro Galdino de Camargo e Marinês Dionísio, de 44 anos, vivem no local com os quatro filhos desde 2013. “Nós somos de Campinas mesmo, viemos para cá por não conseguir pagar aluguel e enfrentarmos uma situação de despejo”, afirma Camargo.

Ele diz que os moradores estão preocupados com o que vai acontecer nas próximas semanas, já que a previsão é de que eles devem sair da área até dezembro. “O fator principal é a adrenalina de saber se a gente vai ficar ou não. A gente vive em situação de insegurança. A gente sobrevive e não sabe o que vai acontecer no dia de amanhã. A nossa esperança é sair daqui para uma moradia digna”, acrescentou.

Uma das coordenadoras da ocupação, Neide Silva, afirma que a liderança está dialogando com a Prefeitura e a Cohab. “A gente não vai sair daqui de qualquer jeito, porque é uma ocupação que tem movimento, não é uma ocupação espontânea. A gente tem um diálogo junto com juiz. Sabemos que aqui tem uma reintegração de posse que está suspensa. A gente sabe do projeto do BRT que vai ser passado, estamos aqui ate dezembro e não sabemos o que vai acontecer depois disso.”

Como estão em diálogo com o município, os moradores não esperam medidas como ação de reintegração. “Sabemos que vamos sair daqui, a gente está com esse acordo. Mas não é uma ocupação que eles simplesmente vão chegar e tirar, porque a gente já está em diálogo.” Neide afirma que existe um terreno para transferência das famílias e que há um projeto para a construção de 200 moradias. “Queremos o espaço para levar as famílias. Porque se sair daqui com famílias para bolsa aluguel, vai dispersar todo mundo, e não queremos isso.” A área da ocupação pertence à União.

O secretário da Habitação, Samuel Rossilho, afirmou que o município vinha intercedendo junto ao ministro Bruno Araújo, que deixou o Ministério das Cidades recentemente, e aguarda a entrada do novo ministro para prosseguir com as tratativas. “Estamos ajudando aprovar esse projeto o quanto antes. Independente disso, eles saindo do local vão ter auxílio-moradia. Temos a questão do BRT e isso me dá condição legal de colocá-los no auxíliomoradia”, completou. (Correio Popular)

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