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Santander amplia crédito para energia solar

O Santander Brasil passará a oferecer a clientes em sua rede de agências uma
linha de financiamento para sistemas de energia solar de pequeno e médio
porte, voltados à instalação em residências, comércio, indústria ou
agronegócio, o que o banco espera que impulsione um crescimento agressivo
dos negócios no setor, disseram executivos nesta terça-feira.

Com o movimento, que envolve também uma redução dos juros nas operações, o
Santander espera sair de uma carteira atual de 100 milhões de reais em
financiamentos para essas instalações solares para alcançar desembolsos
acumulados de 1,8 bilhão de reais em 2021.

O superintendente-executivo de Segmentos do Santander, Geraldo Rodrigues
Neto, disse que o banco espera ampliar sua participação no mercado de
financiamentos à geração solar distribuída para 16 por cento até 2021,
contra 11 por cento atualmente.

“Hoje já somos o maior financiador e queremos nos tornar ainda mais
relevantes com essa oferta. É um segmento que a gente acredita que vai
crescer de forma exponencial, e considerando que o mercado cresce muito, a
gente vai ter que crescer num ritmo mais acelerado que o mercado (para
ampliar a participação)”, disse ele a jornalistas durante o anúncio da nova
linha.

Essas pequenas instalações de energia solar, geralmente em telhados,
possibilitam que os clientes abatam da conta de energia o equivalente à sua
produção própria, em um desconto que ao longo do tempo permite um retorno do
investimento no sistema.

Esse investimento inicial fica entre 17 mil e 45 mil reais para pessoas
físicas, a depender do sistema, enquanto empresas geralmente aplicam entre
50 mil e 200 mil reais, embora alguns projetos possam ser bem maiores.

Isso permite que o aporte no sistema seja recuperado em geral em prazos de
cerca de quatro a sete anos, segundo o Santander.

Mas a redução nas taxas de juros, que chegam agora a 0,97 por cento ao mês,
contra a partir de 1,69 por cento ao mês anteriormente, podem permitir que
as parcelas do financiamento de um sistema em alguns casos se paguem com o
desconto obtido na conta de luz pelo cliente.

“Depende muito da região em que você está, mas em alguns casos, com esse
atrativo da taxa de juros, você equaliza ou praticamente equaliza a parcela
com o desconto obtido”, disse a superintendente-executiva de
Sustentabilidade do Santander, Karine Bueno.

Segundo ela, a expectativa é de que apenas nos próximos 12 meses sejam
fechados cerca de 200 milhões de reais em financiamentos, ante 55 milhões
neste ano até julho.

“A gente tem apostado na geração solar distribuída desde 2013 e viemos
acompanhando tanto a evolução e abertura desse mercado como o barateamento
da tecnologia”, adicionou Karine, destacando a importância do fomento a uma
forma de energia limpa e renovável.

A ampliação da atuação do Santander Brasil no setor de geração solar
distribuída ainda contará com recursos obtidos por meio de uma linha de
crédito junto à Corporação Andina de Fomento (CAF), em um total de 100
milhões de dólares que deverão ser prioritariamente alocados para esses
financiamentos.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) contabiliza atualmente 44,3
mil unidades consumidoras que recebem créditos por suas instalações de
geração solar distribuída pelo país, em uma potência instalada de 350
megawatts. Minas Gerais e São Paulo são os principais mercados para a
tecnologia.

Mas o regulador estima que o número de clientes beneficiados por sistemas
solares pode saltar para 886,7 mil em 2024, sendo 808,3 mil no setor
residencial e 78,4 mil no setor comercial, em uma capacidade total de 3,2
gigawatts.

Esse montante, a título de comparação, seria maior que a capacidade
instalada atual do país em usinas de energia solar de grande porte, que hoje
somam 1,3 gigawatt, de acordo com dados da agência. (DCI)

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