Indústria da construção segue em recuperação, mostra CNI
Os indicadores relacionados ao desempenho da indústria ainda mostram queda da atividade e do emprego no setor da construção, embora em menor ritmo que observado em 2016, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os índices de condições financeiras apresentaram menor insatisfação dos empresários quanto à margem de lucro e à situação financeira, ao registrar alta pelo segundo trimestre consecutivo.
Entre os principais problemas destacados pelos empresários, no terceiro trimestre, encontram-se a elevada carga tributária, demanda interna insuficiente e falta de capital de giro.
Para os próximos meses, os empresários estão mais confiantes quanto à situação da empresa e ao cenário econômico. Além disso, os indicadores de expectativa têm sinalizado melhora do nível de atividade e manutenção do número de novos empreendimentos e serviços, das compras de insumos e matérias-primas e do número de empregados.
O indicador de nível de atividade manteve-se praticamente estável ao passar de 46,7 pontos em agosto para 46,4 pontos em setembro. Na mesma base de comparação, o indicador de número de empregados recuou de 45,8 pontos para 45,2 pontos. Valores abaixo de 50 indicam queda da atividade e do emprego em relação ao mês anterior. Quanto mais abaixo dos 50 pontos, mais intensa e disseminada é a queda.
A indústria da construção segue operando abaixo do usual. O indicador de atividade efetivo/usual caiu 0,9 ponto entre agosto e setembro, passando de 33,4 pontos para 32,5 pontos. Valores abaixo de 50 indicam nível de atividade abaixo do usual para o mês.
A utilização da capacidade de operação cresceu pelo terceiro mês consecutivo, atingindo em setembro 58%, ante 57% registrado em agosto. O percentual, no entanto, encontra-se 6 pontos percentuais abaixo da média histórica para o mês.
Os indicadores de condições financeiras cresceram pelo segundo trimestre consecutivo, mas permanecem abaixo dos 50 pontos, o que revela menor insatisfação dos empresários com a situação financeira das empresas. O índice de satisfação com a margem de lucro operacional aumentou de 33,1 no segundo trimestre para 34,4 pontos no terceiro trimestre. Na mesma base de comparação, o índice de satisfação com a situação financeira cresceu de 37,2 pontos para 39,1 pontos.
O indicador de expectativa do nível de atividade passou de 52,5 pontos em setembro para 51,7 pontos em outubro. Apesar da queda, o indicador permanece acima da linha de 50 pontos, o que denota expectativa de crescimento do nível de atividade nos próximos seis meses.
Os demais indicadores de expectativa mantiveram-se próximos da linha de 50 pontos, apontando expectativa de manutenção de novos empreendimentos e serviços, das compras de insumos e matérias-primas e do número de empregados. O indicador de expectativa de novos empreendimentos e serviços passou de 51,3 pontos em setembro para 50,6 pontos em outubro. Os indicadores de expectativa de compras de insumos e matérias-primas e de números de empregados caíram 1,0 e 0,8 ponto, respectivamente, para 49,6 e 49,8 pontos.
O ICEI-Construção (Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção) cresceu pelo terceiro mês consecutivo e alcançou 53,8 pontos em outubro. O índice se afastou ainda mais da linha divisória, que separa confiança e falta de confiança, e supera a média histórica da série (52,6 pontos). O resultado mostra a recuperação da confiança dos empresários do setor.
A alta é explicada pela melhor avaliação do componente de expectativa, que aumentou 0,6 ponto entre setembro e outubro, passando de 57 pontos para 57,6 pontos. O indicador referente as condições atuais manteve-se estável, em 46,1 pontos, e continua a indicar piora das condições correntes de negócios. (Agência IN)