Edifícios puxam alta da construção civil
Setor tem o maior nível de atividade desde 2012, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção.
As informações divulgadas na última semana de julho pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), apontam que a construção de edifícios subiu a atividade do setor da construção civil, sendo o primeiro trimestre o maior nível de atividade desde muito tempo. O Índice de Nível de atividade da Construção obteve 48,6 pontos entre os meses de abril e junho desse ano, sendo o mais alto nível desde os 49,1 pontos registrados no segundo trimestre de 2012.
“O cenário é promissor e já demonstra um aquecimento da economia”, revela o presidente da Habicamp, Associação da Habitação Regional de Campinas, Francisco De Oliveira Lima Filho.
Os fatores para esses resultados estão na demanda consistente por imóveis, as baixas taxas de juros, a grande expectativa na melhora da economia e o resinificado que a pandemia trouxe para a casa própria, já que as famílias estão mais dispostas a ter seu próprio espaço.
Mesmo com todos os índices aumentando, a permanência desses resultados é um pouco preocupante, já que os empresários da construção civil têm enfrentado problemas com a falta e o custo elevado das matérias-primas. A carga tributária alta, que antes costumava ser o primeiro colocado da lista, perdeu o posto e foi para o segundo lugar, seguida pela burocracia excessiva, com 21,6%.
Tubos e conexões de ferro e aço tiveram preços aumentados em 91,66% em 12 meses, contribuindo para a maior inflação da construção civil nos últimos tempos. Os preços de vergalhões e arames de aço ou carbono aumentaram exponencialmente 78,37%, juntamente com os condutores elétricos (76,21%), e os tubos de conexões de PVC, com 64,92%.
Um dos principais fatores que induziu tal resultado, é a disponibilidade de crédito imobiliário, já que as linhas vinculadas ao funding da caderneta de poupança tiveram financiamentos de R$ 97 bilhões no primeiro semestre, um recorde enorme em comparação ao mesmo período do ano passado. Já os financiamentos vinculados ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), voltados para as famílias de menor renda, estão diminuindo desde 2018, obtendo no primeiro semestre de 2021, 6,52% a menos do que o verificado no mesmo período do ano passado.