Ministério do Trabalho aponta crescimento de 5,5% na presença de mulheres na construção civil
Dados mais recentes, os de 2020, mostram aumento de mais de 15 mil profissionais com carteira assinada em relação ao último ano
foto: mulher em construção – No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a Habicamp reforça o respeito e a busca pela igualdade na sociedade, e celebra a notícia do aumento das mulheres no meio da construção civil, seguimento sempre foi dominado por homens.
Segundo os últimos dados do Painel da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho, ano base de 2020, a participação das mulheres com carteira assinada cresceu 5,5% em relação ao último ano.
“É fundamental que mulheres sejam reconhecidas não só na construção civil, mas em todas as áreas. Torcemos para que esse número cresça cada vez mais”, declara o presidente da Habicamp, Francisco de Oliveira Lima Filho.
Aumento Considerável
Em 2019, os números eram de 205.033, já em 2020, aumentou para 216.330. O crescimento se deve à maior procura do público feminino em cursos técnicos, superiores e capacitações em geral para atuar na área. Em 2017, no Rio de Janeiro, uma instituição no governamental chamada Projeto Mão na Massa, desde 2007, formou 1200 mulheres para atuarem no canteiro e no gerenciamento de obras.
No Rio Grande do Sul, a Mulher em Construção, já atendeu mais de 5 mil mulheres com oficinas e cursos de capacitação para a construção civil.
Projeto na Câmara dos Deputados
Há um projeto na Câmara dos Deputados, que almeja que pelo menos 5% das vagas em cargos operacionais da construção civil seja reservada para mulheres. Trata-se do projeto de lei 5358/2020. Inclusive, foi aprovado pela Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres e aguarda a apreciação da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, para só então ser votada pela Comissão de Constituição e Justiça, onde poderá receber aprovação definitiva, sem que precise passar por votação do Plenário da Casa.
Preconceito Inaceitável
Em fevereiro deste ano, um deputado federal postou um vídeo em suas redes sociais questionando a capacidade das mulheres em atuarem ou gerenciarem obras de construção civil, gerando revolta e indignação por parte do conselho de classe e profissionais do ramo.
O Programa Mulher do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) repudiou as imagens que desqualificavam o trabalho de engenheiras, que foram associadas ao acidente com as obras do metrô de São Paulo. A ação também foi repudiada pela Associação Brasileira de Engenheiros Civis (Abenc).