Alta da Selic afeta diretamente o mercado imobiliário e limita o acesso a financiamentos
Com a alta da taxa, o mercado imobiliário enfrenta desafios no acesso a financiamentos e crédito mais caro
A alta da taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano, tem gerado preocupações no setor imobiliário, com impacto direto nos financiamentos habitacionais e na capacidade de compra da população. O crescimento dos juros básicos da economia encarece o crédito e torna mais difícil o acesso a financiamentos de imóveis, o que pode afetar tanto a demanda quanto a oferta no setor.
Com a Selic em patamares elevados, os juros dos financiamentos imobiliários também aumentam, levando a parcelas mais altas e comprometendo uma fatia maior da renda das famílias. Isso resulta em uma diminuição no número de compradores, especialmente aqueles que dependem de financiamento para adquirir imóveis. O setor da construção civil, que historicamente depende de crédito para impulsionar novos empreendimentos, também sofre com essa retração.
Os bancos, por sua vez, aumentam as exigências para concessão de crédito habitacional. As instituições financeiras estão mais seletivas, o que dificulta o acesso de novos compradores ao mercado, especialmente os de renda média e baixa. Essa conjuntura faz com que muitos investidores e construtoras repensem seus projetos, adiando lançamentos até que as condições econômicas sejam mais favoráveis.
Por outro lado, o encarecimento dos financiamentos afeta o mercado secundário de imóveis, com proprietários enfrentando mais dificuldades em vender seus bens. Muitos optam por manter seus imóveis alugados enquanto aguardam uma eventual queda nos juros que possa reaquecer o mercado imobiliário.
Francisco de Oliveira Lima Filho, presidente da Habicamp, ressalta que a alta da Selic tem um efeito em cascata no setor imobiliário, afetando não apenas compradores, mas também construtoras e investidores. “O impacto da Selic no mercado imobiliário é direto e significativo, reduzindo a capacidade de financiamento e freando o crescimento do setor”, afirma.