sustentabilidade

Campinas é a 1ª de SP em tombamento de área verde

O Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas
(Condepacc) tomou uma decisão histórica, na tentativa de salvar o pouco que
ainda resta de áreas verdes naturais na cidade: aprovou o tombamento de 147
bens naturais, entre eles fragmentos de florestas, matas de brejo, cerrado e
parques. A decisão conclui um processo aberto há 15 anos para tornar cerca
de 895,67 hectares (ha) de matas patrimônio da cidade. Com a conclusão do
tombamento, Campinas passou a ter 1.616,9 ha protegidos como patrimônio
natural, o equivalente a 1.616 campos de futebol.
Assim, a cidade chega a 172 áreas protegidas como bens naturais, que
correspondem a 80% das áreas remanescentes. “Isso faz de Campinas a cidade
com a maior área ambiental tombada do Estado de São Paulo e possivelmente,
também, a maior do Brasil”, diz a historiadora Daisy Ribeiro, da
Coordenadoria Setorial do Patrimônio Cultural (CSPC).
O tombamento é um mecanismo político para exigir que o entorno do bem
tombado – faixa de até 300 metros – seja disciplinado, proibindo, por
exemplo, a construção de prédios que podem incidir sombra sobre a mata.
O estudo de tombamento aberto em 2003, para analisar 895,67 ha, ocorreu a
pedido do engenheiro agrônomo do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) Luiz
Mathes e da pesquisadora Dionete Santin, do Núcleo de Estudos e Pesquisas
Ambientais (Nepam) da Unicamp. As áreas que entram em estudo de preservação
foram identificadas por Dionete em sua tese de doutorado (A Vegetação
Remanescente do Município de Campinas: Mapeamento e Levantamento Florístico
Visando a Conservação), defendida em 1999.
Até o tombamento decidido na semana passada, Campinas possuía 631,65 ha de
florestas protegidas, caso da Mata Santa Genebra (241ha), Mata Ribeirão
Cachoeira (221ha), Mata da Fazenda Santana (82,8ha), Mata da fazenda São
Vicente (72,7ha) e Mata da Fazenda Santa Elisa-IAC (14,15ha). Também havia
mais 189,95 ha de matas higrófilas, florestas paludosas e matas de várzeas
protegidas, como o Complexo Rio das Pedras (83ha), Maciço C (43,59ha),
Maciço D (40,92ha), Várzea próxima a Mata Sta. Genebra (7,12ha), Recanto
Yara (6,91ha), Mata nativa de brejo Boldrini (4,9ha) e Várzea à Montante
(3,5ha).
Entre os novos tombamentos estão a mata nativa do Bosque Chico Mendes, a
mata ciliar nativa do Parque Xangrilá e Luciamar, o conjunto de áreas verdes
naturais, fragmentos de matas remanescentes incluídos os parques e bosques
que tem vegetação nativa, o arboreto da sede do Coral Pio XI, a mata da
margem esquerda do Ribeirão Anhumas e a mata nativa da Praça 10 do
Condomínio Caminhos de San Conrado.
Os critérios de análise de bens naturais em processo de tombamento levam em
conta risco de perda, degradação, empreendimentos próximos, composição
paisagística, característica e estado de conservação, biodiversidade,
associação a curso d´água, tamanho, conexão com outros fragmentos e
solicitação de entidades. (Correio Popular)

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