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Cientistas usam materiais alternativos para produzir fibrocimento

O fibrocimento é um material não estrutural usado para fabricar telhas, caixas d´água, placas planas, entre outras. Produzido a partir da mistura entre o cimento e uma ou várias adições minerais (como o calcário), ele é reforçado com fibras (minerais, sintéticas ou vegetais) que conferem um desempenho mecânico superior ao produto. Pesquisadores da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, em Pirassununga, estudam a substituição do calcário da mistura de fibrocimento por resíduos agroindustriais, como a cinza da casca de arroz e o carvão vegetal, além de propor o melhoramento de fibras vegetais de eucalipto e de pinus, conferindo mais resistência e durabilidade ao produto.
“Nosso objetivo é produzir um fibrocimento com propriedades mecânicas superiores, aliando o aproveitamento de resíduos”, conta o autor de uma tese de doutorado sobre o tema, o engenheiro ambiental Julian Eduardo Mejia Ballesteros. A pesquisa é realizada sob a orientação do professor Juliano Fiorelli, do Núcleo de Pesquisa em Materiais para Biossistemas (NAP BioSMat) da FZEA. A defesa está prevista para este mês de junho.
Segundo Ballesteros, uma das vantagens das fibras vegetais é seu caráter renovável e custo inferior em comparação às fibras sintéticas – ligadas à indústria de petróleo e mais caras. Entre as fibras minerais, está o amianto, de uso proibido tanto no Brasil como em vários outros países por causar graves problemas de saúde.
O pesquisador explica que, geralmente, o fibrocimento é produzido com cerca de 70% de cimento, 20%-30% de calcário e de 4% a 8% de fibras. “Essa porcentagem é variável, depende de cada formulação, e também porque a indústria usa fibras sintéticas e vegetais ao mesmo tempo.”
Ballesteros testou seis formulações alternativas. Entre os resultados, as placas de fibrocimento produzidas com fibras vegetais de pinus e de eucalipto que passaram pelo processo físico de hornificação e pela carbonatação acelerada apresentaram os melhores desempenhos nos testes mecânicos e de durabilidade. “Como a hornificação ainda não é usada pela indústria, a inovação deste trabalho é unir a fibra hornificada com a cura por carbonatação acelerada.” (Canal Executivo)

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