Construção civil registra aumento “na prática”, mas tem queda na bolsa
Em 2021, Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) deve registrar alta no faturamento
Próxima de registrar um dos anos mais aquecidos do período recente, a construção civil, puxada pelo mercado imobiliário, deve ter uma alta de 7,6% no faturamento. Segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), foi o melhor resultado em 10 anos. Os dados indicam que entre janeiro e setembro, foi registrado um crescimento de 37,6% dos lançamentos e nas vendas, 22,5%.
Mas apesar disso, os números estão ficando cada vez mais ultrapassados muito por conta do aumento da taxa de juros e dos preços de materiais de construção, impactos da pandemia que afetaram diretamente o bolso do brasileiro e a insegurança com a economia.
AUMENTO DO ÍNDICE
O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) subiu 14,3% em 2021, o maior número desde 2003. Portanto, mesmo com bons números, ainda há ressalvas dos investidores a respeito da economia, que está em recessão técnica após ter caído 0,1% no terceiro trimestre.
QUEDA NA BOLSA
Com os investidores desconfiados, a queda na bolsa em 2021 foi de 31,1% enquanto o Ibovespa recuou 11,93%. A Plano&Plano, que estreou no final de 2020 no mercado de capitais, mais precisamente em outubro, teve uma queda maior do que a média, registrando 56% de desvalorização mesmo após atingir R$1 bilhão em vendas líquidas, maior volume anual da história da empresa.
“É muito importante que investidores olhem e se animem para investir em ações de empresa da construção civil, mas apesar disso, o aumento no faturamento também pode ser visto de maneira muito positiva”, declara Francisco de Oliveira Lima Filho, presidente da Habicamp
No cenário mais recente, no terceiro trimestre, houve uma queda de 17,5% em relação ao mesmo período do último ano. Ou seja, nos nove primeiros meses do ano ficou com um saldo de decréscimo de 1%.
Em 2022
Para este ano, as expectativas do mercado estão baixas em relação ao segmento imobiliário. Segundo o presidente da CBIC, José Carlos Martins, o ramo não deve registrar mais de 2% de aumento.
Também do meio da construção civil, Waldir Morgado, sócio da Nexgen Capital, a inflação e a corrosão na renda da população pobre devem afetar empresas da área.