Habitação

Déficit habitacional cresceu 3,1% em 2017, revelam FGV e SindusCon-SP

O Brasil registrou um déficit habitacional de 7,770 milhões de domicílios em
2017, o que representa um crescimento de 3,1% em relação a 2016, refletindo
o ambiente de crise econômica no País e deterioração da renda das famílias,
de acordo com estudo divulgado nesta terça-feira, 16, pela Fundação Getulio
Vargas (FGV) em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção do
Estado de São Paulo (SindusCon-SP).

Segundo o levantamento, o déficit é composto pelo seguinte quadro: 3,3
milhões de moradias com famílias pagando um valor de aluguel excessivo para
seus rendimentos; 3,2 milhões vivendo em coabitação; 967 mil em habitações
precárias; e 304 mil domicílios alugados com muitas pessoas ocupando o
local.

Um dos principais motivos para o crescimento do déficit foi o avanço da
quantidade de famílias que se viram em uma situação de pagamento de valores
de aluguel muito altos.

“Este é um fenômeno ligado ao cenário econômico negativo e à perda de renda
das famílias nos últimos anos”, afirmou Robson Gonçalves, economista da FGV,
durante apresentação do estudo.

A maior parcela do déficit se concentrou nas regiões Sudeste e Nordeste,
que, juntas, totalizaram 68%. Em termos absolutos, o Estado de São Paulo
liderou o ranking de carência habitacional, com 1,8 milhão de domicílios em
falta, o que representou 23% do déficit brasileiro. A maior parcela dos
domicílios de déficit (92%) está situada nos estratos com renda de até três
salários mínimos.

O levantamento mostrou ainda que, entre 2018 e 2027, está prevista a
formação de 9,564 milhões de novas famílias. E para atender a demanda por
novas moradias, o financiamento imobiliário deverá girar em torno de R$
154,2 bilhões a R$ 318,8 bilhões por ano na próxima década. Embora a
projeção para o número de famílias permaneça o mesmo, a faixa de renda da
população pode variar de acordo com a situação econômica do País, o que
implicará em necessidades diferentes de financiamento e subsídios.

“Um dos alertas mais importantes é que existe no horizonte uma possível
escassez de recursos para atender essa demanda”, apontou Gonçalves. “Isso
significa que ou faltará recurso ou o déficit habitacional irá aumentar”,
completou. (O Estado de São Paulo)

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