Empresas preparam testagem de Covid-19 em trabalhadores da construção civil
Diante do avanço do coronavírus na periferia e da dificuldade em se realizar exames da Covid-19 nos hospitais públicos, empresários da construção civil começaram a comprar testes para seus trabalhadores.
Há temor de um crescimento da contaminação no setor, o que, além de colocar funcionários em risco, pode levar à paralisação de obras.
Foram já comprados 6.000 testes rápidos de sorologia pelo Seconci-SP (Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo), que serão repassados às construtoras a preço de custo. Segundo Haruo Ishikawa, presidente da entidade, os kits para os exames foram adquiridos de uma fábrica norte-americana localizada na China, por R$ 100 a unidade.
Esse tipo de exame é o mesmo que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou nesta terça-feira (28) para farmácias e drogarias. É feito a partir de uma pequena amostra de sangue coletada com uma picada no dedo do paciente, que precisa estar entre o sétimo e o décimo dia desde o início dos sintomas.
O resultado sai em 15 minutos, mas apresenta uma taxa considerada alta de falsos negativos, com uma confiabilidade menor do que a dos realizados pelos hospitais para a contagem oficial dos casos, cujo material de análise são gotículas do nariz e da garganta. Nesse caso, a resposta, sem contar a demora com a fila, leva 48 horas.
O Seconci-SP já está reservando kits para as construtoras, que devem encaminhar os funcionários com suspeita de contaminação para seu ambulatório na avenida Francisco Matarazzo, no bairro da Água Branca, em São Paulo. Os testes deveriam ter chegado nesta segunda-feira (27), mas houve atraso com a importação, e a nova data prevista é 7 de maio, para um primeiro lote de 4.000 testes. Os 2.000 restantes têm previsão de chegada para o dia 14.