Instituições financeiras elevam estimativa de inflação para 8%
Previsão para expansão do PIB caiu de 5,15% para 5,04%, em 2021
A previsão do mercado financeiro para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu novamente, de 7,58% para 8%, neste ano. Esse é o 23ª aumento consecutivo na projeção do mercado. A aferição está no boletim Focus de hoje (13), divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos atualmente.
A estimativa de inflação para 2022 é de 4,03%. Para 2023 e 2024, as previsões são de 3,25% e 3,03%, respectivamente. A projeção em 2021 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%. Os dados foram definidos pelo Conselho Monetário Nacional.
Em agosto, a inflação subiu 0,87%, sendo a maior para o mês desde o ano 2000, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, essa estatística se deu também pela alta nos combustíveis, e com isso o indicador acumula altas de 5,67% no ano e de 9,68% nos últimos 12 meses, o maior acumulado desde fevereiro de 2016, quando o índice alcançou 10,36%.
O Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, Selic, definida atualmente em 5,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A expectativa para o mercado financeiro é de que a Selic encerre 2021 em 8% ao ano. A estimativa para o fim de 2022 é de que a taxa básica fique nesse mesmo grau. Para 2023 e 2024, a previsão é 6,5% ao ano.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o intuito é conter a demanda aquecida e isso causa reações nos preços, pois os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Dessa forma, as taxas mais altas dificultam a recuperação da economia. Já quando o Copom reduz a Selic, o crédito fica mais barato e incentiva a produção e o consumo, o que acarreta a diminuição do controle da inflação e estimula a atividade econômica.