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Novos prédios apostam em atrativos em meio à crise

A cadeia produtiva da construção civil é um dos setores que movimentam expressivamente o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, representando de 15% a 20% da geração de recursos. Para se destacar em meio à recessão, as construtoras estão atrás de diferenciais que possam atrair compradores. Um deles foi lançado por uma incorporadora em Porto Alegre. A Forma Incorporações criou o conceito de “condo-mínimo” com a proposta de eliminar as taxas comuns dos residentes de um empreendimento lançado no bairro Três Figueiras.

No mês passado, só a Região Metropolitana São Paulo, que tem pesquisa sobre o custo do condomínio, registrou um aumento de 1,81% nessas taxas, segundo o Índice dos Custos Condominiais (Icon). O Grupo Kuhn, idealizador do empreendimento Duos, pensando no desprazer dos condôminos em pagar esse valor mensal, desenhou uma solução para reduzir esse encargo. O projeto, lançado no começo deste mês, começa a ser construído em 2018 e tem entrega prevista para 2021.

O empreendimento, além da torre residencial, também contará com um prédio comercial onde será aplicado o conceito “condo-mínimo”. O primeiro abrigará 42 condôminos, que poderão alugar uma loja ou sobreloja por R$ 40 mil, valor que será revertido integralmente para a quitação das despesas ordinárias, ou seja, que abrigam água, luz e manutenção do condomínio. Esse benefício só não inclui investimentos à parte, como instalação de cercas elétricas, segundo o CEO da Forma Incorporações, Eduardo Rizzo Kuhn.

O prédio comercial, avaliado em R$ 10 milhões, integra o canteiro total do empreendimento, mas terá distância suficiente da torre residencial, já que serão duas ofertas diferentes que se complementam. “O prédio foi estrategicamente construído com frente para a avenida Carlos Gomes, que possui um apelo mais comercial”, conta Kuhn. Já as instalações que fazem parte da área dos moradores ficarão no acesso da alameda Alceu Wamosy.

O Grupo Kuhn projeta um segundo empreendimento com o mesmo conceito “condo-mínimo” para o bairro Moinhos de Vento. “Ninguém gosta de pagar condomínio, mesmo o público de classe A”, afirma o CEO da Forma Incorporações, que enxerga o Duos como um diferencial no mercado imobiliário. Ele entende que essa novidade conta como uma oportunidade de movimentar a economia da Capital com a geração de mais de 300 empregos diretos e retorno a partir de impostos.

Incorporadoras enfrentaram ano difícil em 2017

Para Tiago Dias, diretor da Alphaplan, grupo de pesquisas sobre projetos imobiliários, 2017 foi um ano difícil para as incorporadoras que pretendiam lançar novos empreendimentos. Segundo dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado (Sinduscon-RS), até agosto, foram lançados cerca de 1,2 mil projetos, enquanto que, em 2012, foram 5 mil lançamentos. “Mesmo assim, as incorporadoras que conseguiram efetuar o lançamento em 2017 precisaram oferecer ofertas vantajosas para o cliente”, justifica Dias.

Entre as apostas mais frequentes para atrair compradores, o acabamento dos imóveis foi o mais requisitado. Segundo o diretor da Alphaplan, o cliente prefere comprar um espaço que já apresente cozinha e piso. Outra ação, pouco distante do conceito do “condo-mínimo” do empreendimento Duos, foi a iniciativa das próprias empresas de registrar os imóveis, o que diminui para o comprador de 2% a 3% do custo total da obra.

Dias confirma que em 2018 o cenário deve melhorar para o mercado imobiliário. “Aguardamos um reaquecimento que resultará em mais lançamentos e menos estoques”, estima o diretor da Alphaplan. Ele acredita no crescimento da procura de imóveis a partir da internet, ferramenta com maior aprovação dos clientes na hora de conhecer os empreendimentos imobiliários durante a pesquisa de compra. (Jornal do Comércio)

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