Habitação

Recursos do Minha Casa Minha Vida acabam em junho, diz ministro

O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, afirmou nesta
quarta-feira que os recursos para o programa habitacional Minha Casa Minha Vida vão se esgotar em junho e a continuidade dependerá de aportes.

Segundo a Agência Câmara, o ministro fez o comentário durante audiência
conjunta na Câmara dos Deputados. “Nós só temos recursos orçamentários para seguir até outubro. Mas com o contingenciamento só chegaremos até junho. A partir de junho, se não houver ampliação do nosso limite, não teremos como executar”, disse o ministro, de acordo com a agência.

As ações da MRV, maior construtora de imóveis econômicos do país, fecharam em queda de 2,98 por cento, entre as principais baixas do Ibovespa, que recuou 0,9 por cento. Os papéis de outras construtoras também recuaram, com Tenda caindo 0,9 por cento, Direcional perdendo 2,1 por cento, Eztec em baixa de 1,5 por cento e Cyrela teve desvalorização de 1,7 por cento.

Canuto afirmou durante a audiência que já houve um aporte de 800 milhões de reais para abril, maio e junho. “Foi uma liberação adicional para garantir a execução regular do programa até junho. O aporte permitirá pagar as dívidas. A partir de julho, vai depender muito desta Casa”, declarou o ministro.

O copresidente da MRV Rafael Menin afirmou à Reuters que o setor de
construção civil já se reuniu mais de uma vez com Canuto sobre a
continuidade do MCMV e nas ocasiões o ministro manifestou clareza sobre a sustentabilidade das faixas 2 e 3 do programa habitacional, que exigem menos investimento do governo em subsídios que as faixas 1 e 1,5, voltas a um público de renda mais baixa.

Ele comentou que o volume de subsídios do governo federal “é pequeno diante do valor arrecadado” no caso das faixas 2 e 3, onde grande parte das
construtoras do país estão concentradas. “Na faixa 2, o subsídio vem 90 por
cento do FGTS e 10 por cento da União (900 milhões de reais por ano),
enquanto o imposto arrecadado chega a quase 8 bilhões de reais”, disse
Menin. “E na faixa 3, o subsídio é zero e só tem entrada de recursos com os
impostos recolhidos”, acrescentou.

Para além da disponibilidade de recursos para o MCMV, nesta semana o
presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou em
entrevista ao jornal Folha de S.Paulo que o banco pretende ampliar a análise de risco de crédito para clientes do MCMV diante do acúmulo de devoluções de imóveis do programa por inadimplência.

Nesta quarta-feira, a empresa de análise de crédito Serasa Experian afirmou que o número de consumidores inadimplentes no Brasil chegou a 63 milhões em março, maior nível desde 2016. Já o Ministério da Economia divulgou que o Brasil fechou 43.196 vagas formais de trabalho em março, puxado pela fraqueza no comércio. Pesquisa da Reuters estimava abertura de 79 mil postos no mês. (DCI)

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