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Região de Campinas perde posto em investimentos

Por Maria Teresa Costa: Correio Popular

Embora os investimentos anunciados no primeiro semestre deste ano tenham crescido 3,1% na comparação com igual período do ano passado, a região administrativa de Campinas perdeu participação no destino dos investimentos no Estado de São Paulo. Nos primeiros seis meses de 2018 a região, formada por 82 municípios, foi o destino de R$ 4,06 bilhões, ou 7,8% do total do Estado, enquanto neste ano caiu para 6,2%. Com isso, a região perdeu o posto de segundo destino dos investimentos no Estado para Bauru, que recebeu 10,6%.

O levantamento é da Fundação Seade, que apurou anúncios de R$ 67,7 bilhões de janeiro a junho no Estado. É o segundo maior valor semestral da série histórica da Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo (Piesp), iniciada em 1998, inferior apenas ao apurado no primeiro semestre de 2012 (R$ 74,8 bilhões).

Menos da metade dos R$ 4,2 bilhões destinados à macrorregião de Campinas teve como destino a Região Metropolitana de Campinas (RMC), com R$ 2,53 bilhões.

Para o economista da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic),
Larte Martins, já há algum tempo investimentos vêm avançando para o centro do Estado, em função do empenho dessas regiões para atrair empresas. Pesam na estratégia incentivos fiscais oferecidos. A única vantagem que a região de Campinas ainda tem é sua localização estratégica, com uma logística importante, afirmou. A interiorização dos investimentos, disse, é uma realidade. Começou com Campinas em décadas passadas e ruma agora para o centro do Estado, informou.

A indústria da macrorregião, segundo a Fundação Seade, foi o destino de R$
3,1 bilhões em anúncios, com destaque para setor de veículos automotores,
enquanto em infraestrutura, com R$ 585,2 milhões. A maior parcela foi
anunciada pelo setor de esgoto e atividades relacionadas.

Entre os investimentos da indústria, está o anúncio da fábrica de autopeças
das Bosch, em Campinas, para o aumento de sua capacidade produtiva. Também houve a inauguração de frigorífico para abate e desossa de bovinos da raça wagny, pela Kobe Premium, em Americana.

A Antibióticos do Brasil (ABL), do grupo italiano ACS Dobfar e uma das
principais fabricantes de medicamentos de alta complexidade no Brasil,
direcionou recursos para expansão da planta de Cosmópolis, visando aumentar a capacidade de produção de cefalosporinas, antibióticos usados em infecções bacterianas, para atender ao mercado doméstico e exportar. A japonesa Toyota direcionará recursos para a modernização da fábrica de Indaiatuba, para produzir o modelo Corolla híbrido flex, o primeiro automóvel no mundo com motor a gasolina ou etanol e outro elétrico.

O setor de serviços, com R$ 466,6 milhões, teve os maiores investimentos
anunciados na área de prestação de serviços de informação, com R$ 230
milhões, seguido de atenção à saúde humana, com R$ 230 milhões. O destaque em serviços foi principalmente pela Odata, empresa do fundo Pátria Investimentos, relativo à construção de seu segundo data center no país, em Hortolândia, próximo à Rodovia dos Bandeirantes (SP- 348), com capacidade de processamento de grandes volumes de dados por terceiros (colocation).

A concessionária BRK Ambiental anunciou investimentos para ampliação e
melhoria da rede de abastecimento de água de Sumaré, com a construção de adutoras e estações de tratamento de água. Também deverá direcionar recursos para expansão e modernização do sistema de esgotamento sanitário do município, com a construção da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) Tijuco Preto.

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