construção civil

Setor da construção civil avança com novos materiais e projetos sustentáveis

O setor da construção civil, que agrega empresas dos setores industrial e de
serviços tem dado mostras do seu dinamismo por meio de respostas inovadoras
às crescentes demandas por soluções para antigos e novos problemas, quer
seja em contextos de expansão, quer sejam de retração econômica.

Tradicionalmente conhecido como termômetro da economia, dado ao seu
potencial de gerar riquezas e empregos em extensas cadeias produtivas pelo
mundo, o setor da construção civil é marcadamente dependente de fatores
macroeconômicos e, no Brasil, vindo de cinco anos de resultados
insatisfatórios, aguarda com expectativa medidas do novo governo que
permitam a retomada do crescimento do setor e condições de previsibilidade
para investimentos de longo prazo.

É estimulante observar que o setor tem adensado sua importância em muitos
países em função da percepção com relação à necessidade de ações orientadas
pelos princípios de sustentabilidade. Essa percepção reforça a importância
do setor como agente ativo na organização espacial, configurando cidades e
impactando sobre as formas de sociabilidade, o que, por um lado, lhe impõe
desafios éticos e tecnológicos e, por outro, cria oportunidades de novos
negócios num mundo cada vez mais interligado e interdependente.

É cada vez maior o número de políticas públicas em diferentes países como
Inglaterra, Alemanha, Japão, China, Índia orientadas por princípios de
sustentabilidade que demandam de numerosas empresas novos materiais e
processos.

Recentemente, o governo chinês definiu metas arrojadas para a expansão do
número de projetos sustentáveis na construção civil, nesta nação que é
considerada o motor da economia global. Uma das metas é que, nos próximos
cinco anos, 50% de todos os edifícios urbanos novos tenham certificação
verde. Para a obtenção da certificação verde uma série de compromissos com a
sustentabilidade precisam estar atendidos, especialmente os referentes aos
ODS 8 e 9 do conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
estabelecidos em setembro de 2015 no âmbito da ONU e referendados por países
do mundo todo.

Na Índia, outro gigante asiático com sérios problemas ambientais e cujo
setor da construção civil está em plena expansão, a sustentabilidade também
tem sido afirmada em projetos tanto do setor público quanto privado.

O mesmo pode ser identificado em países espalhados pelos cinco continentes.
Merece destaque o que o Brasil tem feito até agora neste campo. Nas últimas
edições das principais feiras e mostras do setor da construção civil no
Brasil, elegeu-se o tema da sustentabilidade como principal bandeira.

Projetos sustentáveis têm contado também com fontes e condições especiais de
financiamento além de provocar um boom de cursos e oferta de serviços
especializados para a qualificação de profissionais e desenvolvimento de
projetos e certificações.

O Brasil ocupa a quinta posição entre os países com maior número de
certificações LEED (Leadership in Energy and Environmental Design, ou
Liderança em Energia e Design Ambiental) e veio nos últimos anos trilhando
com determinação esse caminho, embora ainda haja muito a ser feito.

Entre os traços característicos de projetos sustentáveis na construção
civil, pode-se destacar: a) o uso de materiais sustentáveis; b) a busca por
eficiência energética; c) a adequação climática otimizando condições de
iluminação e ventilação; d) sistemas de gestão de água; e e) propostas de
paisagismo suspenso. Projetos com estas características têm reunido um
número crescente de profissionais afinados com ideias inovadoras que são
cada vez mais compartilhadas em redes de relacionamento (network)
internacionais. Uma sociedade aberta, moderna, se beneficia desses fluxos.

São muitos os exemplos de projetos desenvolvidos pelo mundo utilizando novas
tecnologias e materiais sustentáveis. O Burj Khalifa, o edifício mais alto
do mundo, localizado em Dubai, ao fazer uso de uma nova mistura de concreto
teve seu tempo de construção muito encurtado, gerando economia de recursos.
O uso de novos hiperplastificantes e aditivos que atuam na estrutura
molecular do cimento tem proporcionado entre outras vantagens uma
significativa economia de água na execução das obras.

A BASF, gigante alemã do setor químico com atuação global, investe
pesadamente em nanotecnologia e tem divisões voltadas especificamente para o
setor da construção civil e ênfase em sustentabilidade.

Ainda sobre materiais inovadores e comprometidos com os princípios de
sustentabilidade, vale citar os pisos e revestimentos cerâmicos antipoluição
e antibacterianos, desenvolvidos e patenteados por fabricantes italianos.
Tais pisos combatem bactérias nocivas à saúde e tem efeitos anti-poluição
(depuração do ar), além de auto-limpeza e anti-odor. Os especialistas
explicam que a geração mais nova do produto foi aprimorada com o uso de um
dióxido de titânio de alto desempenho e adição de prata, mantendo as
propriedades fotocatalíticas das versões originais, aumentando seu
desempenho.

Sintonizado com inovações no setor, o Brasil que ocupa a terceira posição
entre os maiores fabricantes de pisos e revestimentos cerâmicos do mundo,
tem nos pólos de Santa Gertrudes (SP) e Criciúma (SC) suas principais
indústrias com centros de pesquisa e desenvolvimento dotados de modernos
laboratórios e processos de certificação nacional e internacional de seus
produtos. Os princípios de sustentabilidade também estão presentes na rotina
dessas empresas, informando pesquisas e desenvolvimento de novos produtos e
processos.

O desenvolvimento sustentável tem por máxima atender às necessidades da
geração atual sem comprometer a existência das gerações futuras. Este parece
ser o melhor caminho para todos, associando responsabilidades e agregação de
valor a produtos e processos. O Brasil já reúne conhecimento e recursos
nesta direção, basta perseverar no caminho certo.

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