Setor da Construção Civil cresce com desafios na inclusão e qualificação da mão de obra
Foto: Agência Brasil – O setor da construção civil brasileira conta com mais de 7 milhões de trabalhadores, dos quais 1,5 milhão estão no estado de São Paulo, de acordo com dados de 2023. A maior parte desses profissionais é composta por homens, com idade média de 41 anos no Brasil e 43 anos em São Paulo, predominando o ensino fundamental incompleto. A informalidade é alta, com muitos atuando por conta própria, o que se reflete em jornadas médias de 37,9 horas semanais e rendimentos de R$2.116,13 ao mês no Brasil. As mulheres, embora em número crescente, ainda representam apenas 4,4% da força de trabalho no setor.
Em São Paulo, o perfil dos trabalhadores do setor de construção segue um padrão similar ao nacional, mas com ligeiras variações. A maioria também é composta por homens, porém a média de escolaridade é ligeiramente superior, com muitos possuindo o ensino fundamental completo. A jornada de trabalho semanal é maior, com 38,8 horas, e a renda média mensal alcança R$2.552,99, acima da média nacional. As mulheres representam uma fatia ainda menor, mas significativa do setor, com 12,4% do total de ocupados no estado.
Os trabalhadores formais, com carteira assinada, compõem 25,5% da força de trabalho na construção civil no Brasil, sendo responsáveis por 4,8% dos empregos formais no país. A média de idade desses trabalhadores é um pouco mais baixa, em torno de 37,9 anos, e seu nível de escolaridade, geralmente, é o ensino médio incompleto. Com jornadas de 41,5 horas semanais, eles receberam uma média de R$2.859,89 mensais em 2023, o que representou um aumento de 2,5% em relação a 2019. As mulheres representam uma parcela modesta, com 9,2%.
Em São Paulo, os trabalhadores formais na construção civil representaram 27,1% dos ocupados no setor em 2023. O nível de escolaridade e a renda média também são mais elevados em comparação ao resto do país, com ganhos mensais de R$3.661,09, uma alta significativa de 8,3% desde 2019. Apesar dos avanços, a participação feminina, embora maior que no cenário nacional, ainda é relativamente baixa, com 12,4% dos trabalhadores.
Francisco de Oliveira Lima Filho, presidente da Habicamp, destacou a relevância dos dados, afirmando que “o setor da construção civil continua sendo um dos pilares da economia, mas ainda precisamos investir mais na inclusão e qualificação da mão de obra, especialmente feminina, para fortalecer o mercado e garantir oportunidades para todos”.