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Verticalização cresce em Campinas

Os apartamentos já representam 43,3% das residências de Campinas, segundo dados do cadastro da Prefeitura que serve de base para o lançamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). O ritmo de verticalização da cidade nos últimos anos foi alto. Em 2010 a cidade tinha 92.947 apartamentos e salas comerciais em edifícios, volume que saltou para 138.305 no ano passado – um crescimento de 48,7% em oito anos. E vai acelerar mais. A nova lei de uso e ocupação do solo (LUOS), que deve estar pronta em fevereiro, vai alterar os índices construtivos de vários bairros, entre eles o Cambuí e a Nova Campinas.

O Cambuí, que tem índices construtivos de 2 e 3, dependendo da região, passará para 4. Já a Nova Campinas, que tem índice 1, passará para 2. Isso significa que no Cambuí poderão ser construídos prédios com área equivalente a até quatro vezes a área do terreno. Na Nova Campinas poderá se construir até duas vezes a área do terreno (hoje só pode uma vez). Mas, nesse bairro, informou o secretário de Planejamento e Urbanismo Carlos Augusto Santoro, haverá um limitador para a altura do prédio, que não poderá passar de seis ou oito pavimentos (o limite ainda não está definido). No restante da cidade, informou, não haverá limitador.

A verticalização é uma das diretrizes do novo Plano Diretor Estratégico de Campinas (PDE), aprovado no ano passado pela Câmara e que estimula o adensamento da cidade, especialmente ao longo dos corredores de transporte e em bairros com infraestrutura. O adensamento será controlado pelo monitoramento da densificação, que indica os locais onde, em função da infraestrutura disponível, pode ocorrer uma maior concentração de pessoas e negócios.

O Plano Diretor estabeleceu a rede de mobilidade como indutora do desenvolvimento urbano, invertendo a lógica tradicional do processo de urbanização, onde a infraestrutura de mobilidade sempre busca a cidade que a antecedeu, ou seja, sempre surge em um momento posterior à consolidação da demanda.

“Em uma área de mil metros quadrados podemos construir 40 apartamentos, otimizando a infraestrutura local. Se construirmos 40 casas, estamos contribuindo para o espraiamento da cidade”, disse Santoro. De acordo com o levamento, a partir do cadastro da Prefeitura, de cada 100 famílias em Campinas, 35 moravam em apartamentos em 2010. No ano passado, 43 famílias em cada 100 residem em prédios.

Para o urbanista Clóvis de Oliveira, a verticalização é solução importante nas grandes cidades, porque potencializa os investimentos realizados em infraestrutura, portanto mais gente pode desfrutar dos benefícios urbanos evitando desperdícios. “Ela permite inverter a lógica do passado, de cidades espraiadas, para a formação de uma cidade compacta, com densidade demográfica adequada, que possibilite o aproveitamento da infraestrutura existente, encurte o deslocamento entre moradia e trabalho e diminua a necessidade de transporte individual”, disse. Segundo, é preciso que a definição de onde adensar ocorra com critérios para evitar que a verticalização exagerada torne a convivência difícil. (Correio Popular)

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