Alta da Selic pode causar impactos no mercado imobiliário, porém ainda assim segmento demonstra otimismo para 2022
Após um recorde nas vendas, mesmo diante do cenário de pandemia, o setor imobiliário passará por um período de financiamentos mais elevados, em decorrência da alta na taxa Selic, média ajustada dos financiamentos diários apurados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia para títulos federais.
Até março de 2021, a Selic se manteve com a taxa mais baixa da história, 2%, índice que atraiu diversos investidores. Para se ter ideia, entre janeiro e setembro deste ano, a quantidade de imóveis vendidos com financiamento quase dobrou, se comparado ao mesmo período do ano passado.
Porém, a recente elevação para 7,75%, a fim de contribuir para controlar a inflação do país, coloca muitos investidores em dúvida. Mesmo assim, especialistas do setor salientam que a janela de oportunidade para comprar um imóvel financiado se mantém em 2021 e pode se estender para 2022, considerando que a oferta de crédito poderá ser mais restrita.
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) considerou importante a decisão de alta da Selic do comitê do Banco Central para controle do processo inflacionário. Em nota, a entidade ressaltou: “Com essa medida, será possível estabilizar os juros futuros de longo prazo, condição essencial para o crescimento econômico do país, do setor e para a geração de empregos”.
Porém, ainda assim há otimismo no segmento e a expectativa é de que o mercado permaneça aquecido em 2022. “A pandemia trouxe reflexões e uma nova mentalidade para o consumidor, que reconhece a importância do morar bem. Por isso, mesmo com os impactos da Selic na economia, as compras estão acontecendo e apontam para um mercado imobiliário aquecido ano que vem”, salienta o presidente da Habicamp, Francisco de Oliveira Lima Filho.