Construção civil acumula saldo de 3.194 contratações no ano
A construção civil segue trajetória de recuperação consistente na Região Metropolitana de Campinas (RCM). O setor acumula um saldo de 3.194 vagas abertas nos 19 municípios que integram a RMC no período de janeiro a julho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em julho, as construtoras e incorporadoras admitiram 929 trabalhadores com carteira formal, o sétimo resultado positivo no ano de 2019.
O saldo de contratações no ano está positivo em 14 dos 19 municípios da RMC. Campinas é a cidade com maior saldo: 1.387, seguida por Indaiatuba, 1.286 e Itatiba, 209. Em quatro cidades o número de demissões continua superior às admissões: Hortolândia (132), Cosmópolis (32), Jaguariúna (16) e Santo Antônio de Posse (07). E, Artur Nogueira o saldo de janeiro a julho está zerado.
JULHO
Com saldo de 929 postos abertos, julho foi o mês do ano com maior número de admissões no setor da construção civil na RMC, segundo o Caged. O número superou abril, quando foram geradas 890 vagas. Onze dos 19 municípios encerraram o mês passado com o número de admissões superior às demissões. Nos outros municípios as demissões superaram as admissões.
A recuperação dos empregos formais em junho foi puxada por Campinas (380 vagas), Paulínia (363) e Indaiatuba (153). A cidade com o pior saldo foi
Valinhos: 31 vagas fechadas
Para Francisco de Oliveira Lima Filho, Presidente da Associação das Empresas do Setor Imobiliário e da Habitação de Campinas e Região (Habicamp), desde o inicio do ano o setor da construção civil, mais precisamente o voltado para a habitação, vem dando sinais de aquecimento, com a retomada de lançamentos e geração de empregos.
“Este resultado positivo pode ser atribuído a dois fatores básicos:
resultado da confiança do consumidor, com a volta às compras, e dos
empresários, com destravamento de investimentos em lançamentos imobiliários. Na região de Campinas, esta combinação fez com que a construção civil puxasse o número de contratações de empregos por sete meses consecutivos”, afirma.
A retomada da economia até então, mesmo que em ritmo menor aos registrados nos anos pré-crise, já era vista como positiva. No entanto em menos de dois meses, dois novos fatos vieram trazer um pouco mais de esperança para este setor que responde por cerca de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e forte gerador de empregos, onde cada emprego direto resulta em outros quatro indiretos.
O avanço da Reforma da Previdência, agora no Senado Federal, com estimativa de aprovação nos dois próximos meses, já começa a refletir no ânimo e na confiança dos empresários. Investimentos estão sendo anunciados para ampliação e instalação de plantas industriais. Isso acaba gerando empregos e renda para o trabalhador voltar a consumir.
O segundo estímulo, este mais concreto, está diretamente ligado ao setor da
construção, grande indutor de empregos e renda. Estamos falando da nova
linha de crédito imobiliário anunciada pela Caixa Econômica Federal (CEF),
de R$ 10 bilhões, que terá como referência o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice oficial de inflação do país.
A nova linha de financiamento deve estar disponível para as pessoas
interessadas em adquirir um imóvel a partir desta segunda-feira (26), com
prazo máximo de financiamento de 360 meses, com quota limite de 80% do valor do imóvel. Ela vai valer para compra de imóveis residenciais novos e usados, com taxas de juros a partir de 2,95% mais o IPCA. Esta taxa, importante frisar, pode reduzir em 50% a prestação das parcelas.
Além de girar a economia, esta medida também deve contribuir muito para a geração de milhares de empregos em canteiros de obras, nos fornecedores de materiais e prestadores de serviços, como engenheiros e arquitetos.
LICENCIAMENTOS
Oliveira Lima destaca, ainda a recuperação setor imobiliário. Um total de
177.150 mil metros quadrados foram liberados pela Prefeitura de Campinas
para construção de empreendimentos imobiliários na cidade no primeiro
semestre de 2019.
O número consta de oficio divulgado pelo Departamento de Licenciamento
Ambiental, ligado à Secretaria Municipal do Verde, meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, atendendo pedido da Habicamp.
O volume de Licenças Ambientais liberadas no período de janeiro a junho
corresponde a cerca de 1,7 mil moradias habitacionais, levando em conta a
metragem média de 100 m² por unidades.
DADOS DO CAGEd DE JULHO
Cidade
JULHO
No ano de 2019
CIDADE
ADM
DEM
SAL
ADM
DEM
SALDO
Americana
136
84
52
1.083
998
85
Artur Nogueira
21
18
03
98
98
00
Campinas
1.080
700
380
6.540
5.153
1.387
Cosmópolis
23
56
– 33
311
343
– 32
Eng. Coelho
04
02
02
07
06
01
Holambra
08
18
– 10
71
59
12
Hortolândia
57
147
– 90
439
578
– 139
Indaiatuba
480
327
153
2.917
1.631
1.286
Itatiba
184
70
114
725
516
209
Jaguariúna
21
17
04
120
136
– 16
Monte Mor
59
21
38
338
235
103
Morumgaba
06
00
06
21
08
13
Nova Odessa
26
28
– 02
171
137
34
Paulinia
582
219
363
2.348
2.263
85
Santa Bárbara
54
42
12
562
519
43
Santo A. Posse
04
14
– 10
97
104
– 07
Sumaré
155
172
– 17
1.138
1.072
66
Valinhos
45
76
– 31
453
400
53
Vinhedo
20
26
– 06
211
200
11
Saldo
2.965
2.36
929
17.650
14.456
3.194