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Crédito imobiliário está em franca recuperação

O crédito oferecido pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que opera com recursos das cadernetas, mostrou expressiva elevação no ano passado. Trata-se de um bom sinal, indicando que haverá recursos suficientes para atender à demanda de construtores e de mutuários finais.

Dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) dão conta de que o crédito tomado no SBPE por incorporadores e mutuários finais alcançou R$ 78,7 bilhões em 2019, aumento de 37,1% em relação a 2018. Quase 300 mil imóveis, entre usados e novos, foram financiados no período, com crescimento de 30,5% sobre o ano anterior.

Num segmento em que as oscilações de mercado foram expressivas nos últimos anos, notou-se em 2019 uma expressiva mudança: o financiamento de imóveis usados superou o de imóveis novos ou em lançamento. Mas não há motivos para temer um enfraquecimento da construção civil. Ao contrário, é indício de maior liquidez dos imóveis usados. Isso permite gerar recursos para que os vendedores possam adquirir imóveis novos. Para o mercado imobiliário, que opera no longo prazo, liquidez é benfazeja.

Não apenas os números de 2019 são significativos para o crédito imobiliário. São, também, expressivos os indicadores do total de recursos (funding) disponíveis para o financiamento residencial. Esse total atinge R$ 1,285 trilhão, proveniente, em especial, das cadernetas de poupança (51% do total) e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS, com 31%). O restante vem de modalidades mais recentes de captação, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), que os bancos emitem conforme a necessidade de recursos; os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs); e, desde o ano passado, das Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs).

A expectativa dos agentes imobiliários é de que as cadernetas de poupança, apesar de oferecerem baixa remuneração aos aplicadores, continuem despertando interesse, principalmente dos investidores mais conservadores. Haverá, portanto, recursos para permitir a continuidade do crescimento do setor imobiliário. Para isso há uma contribuição importante da Caixa Econômica Federal (CEF), que, além do atrelado ao IPCA, está criando uma outra modalidade de financiamento, com prestações fixas. (Estado de S.Paulo)

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